Depois de estudar na Universidade de Sena, formando-se aos vinte e dois anos, abandonou a vida mundana e ingressou na Ordem de São Francisco, cujas regras abraçou de forma entusiasmada e fiel. Apoiando o movimento chamado "observância", que se firmava entre os franciscanos, no rigor da prática da pobreza vivida por são Francisco de Assis, acabou sendo eleito vigário-geral de todos os conventos dos franciscanos da observância.
Aos trinta e cinco anos de idade, começou o apostolado da pregação, exercido até a morte. E foi o mais brilhante de sua época. Viajou por toda a Itália ensinando o Evangelho, com seus discursos sendo taquigrafados por um discípulo com um método inventado por ele. O seu legado nos chegou integralmente e seu estilo rápido, bem acessível, leve e contundente, se manteve atual até os nossos dias. Os temas freqüentes sobre a caridade, humildade, concórdia e justiça, traziam palavras duríssimas para os que "renegam a Deus por uma cabeça de alho" e pelas "feras de garras compridas que roem os ossos dos pobres".
Naquela época, a Europa vivia grandes calamidades, como a peste e as divisões das facções políticas e religiosas, que provocavam morte e destruição. Por onde passava, Bernardino restituía a paz, com sua pregação insuperável, ardente, empolgante, até mesmo usando de recursos dramáticos, como as fogueiras onde queimava livros impróprios, em praça pública. Além disso, como era grande devoto de Jesus, ele trazia as iniciais JHS - Jesus Salvador dos Homens - entalhadas num quadro de madeira, que oferecia para ser beijado pelos fiéis após discursar.
As pregações e penitências constantes, a fraca alimentação e pouco repouso enfraqueciam cada vez mais o seu físico já envelhecido, mas ele nunca parava. Aos sessenta e quatro anos de idade, Bernardino morreu no convento de Áquila, no dia 20 de maio de 1444. Só assim ele parou de pregar.
Tamanha foi a impressão causada por essa vida fiel a Deus que, apenas seis anos depois, em 1450, foi canonizado. São Bernardino de Sena é o patrono dos publicitários italianos e de todo o mundo.
Angelina Guadanholi nasceu numa família da aristocracia italiana, em 2 de fevereiro de 1467, na cidade de Rieti. O dia do seu batizado foi marcante e muito curioso. No mesmo instante em que o padre lhe ministrava o batismo, desceu sobre sua cabeça uma pomba branca, talvez como um símbolo da infinidade de graças que o Espírito Santo colocou em sua alma. Por isso, ficou conhecida como Colomba, que significa "pomba".
Colomba, desde a infância, consagrou seu coração e sua vida ao amor a Jesus Cristo, como fizeram são Domingos e santa Catarina, com quem conviveu e dos quais foi discípula. Por si mesma e com firmeza seguiu o caminho para a santidade. A tradição diz que, ainda no berço, procurava privar-se da amamentação. Sua infância foi repleta de penitências severas, que só podem ser equiparadas àquelas dos adultos mais santificados.
Aos dez anos, ela consagrou sua virgindade a Jesus, mesmo sabendo que seus pais tinham assumido um casamento para ela. Mas o acerto das núpcias foi desfeito quando apareceu com a cabeça raspada diante dos pais, que ficaram comovidos com a real vocação da filha.
Iniciou sua formação religiosa no convento dominicano da Ordem Terceira, e teve como orientadores espirituais santa Catarina, a quem ela chamava de "irmã", e são Domingos, de quem recebeu o hábito em 1496.
Colomba era, de fato, muito especial, pois, além da alta capacidade contemplativa, contava com dons extraordinários, como o da profecia, do conselho, da cura, e sabia perceber, como ninguém, os sentimentos da alma humana. Aos dezenove anos, atendendo uma inspiração, foi para a cidade de Perugia, onde fundou um convento dominicano da Ordem Terceira, para a educação das jovens da nobreza.
Mas seu apostolado foi muito fecundo também fora do convento, onde se tornou uma verdadeira "pomba da paz e da concórdia" na luta que existia entre as poderosas famílias da nobreza, que disputavam a região. Colomba conseguiu impedir inúmeras lutas sangrentas que poderiam ter destruído, várias vezes, a cidade de Perugia.
Ela morreu aos trinta e três anos de idade, no dia 20 de maio de 1501, no convento que havia fundado em Perugia. Em 1627, foi beatificada pelo papa Urbano VIII, que declarou Colomba de Rieti padroeira de Perugia.
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