Foram três humildes pastores, filhos de famílias pobres, simples e profundamente católicas, os mensageiros escolhidos por Nossa Senhora. Lúcia, a mais velha, tinha dez anos, e os primos, Francisco e Jacinta, nove e sete anos respectivamente. Os três eram analfabetos.
Contam as crianças que brincavam enquanto as ovelhas pastavam. Ao meio-dia, rezaram o terço. Porém rezaram à moda deles, de forma rápida, para poder voltar a brincar. Em vez de recitar as orações completas, apenas diziam o nome delas: "ave-maria, santa-maria" etc. Ao voltar para as brincadeiras, depararam com a Virgem Maria pairando acima de uma árvore não muito alta. Assustados, Jacinta e Francisco apenas ouvem Nossa Senhora conversando com Lúcia. Ela pede que os pequenos rezem o terço inteirinho e que venham àquele mesmo local todo dia 13 de cada mês, desaparecendo em seguida. O encontro acontece pelos sete meses seguintes.
As crianças mudam radicalmente. Passam a rezar e a fazer sacrifícios diários. Relatam aos pais e autoridades religiosas o que se passou. Logo, uma multidão começa a acompanhar o encontro das crianças com Nossa Senhora.
As mensagens trazidas por ela pediam ao povo orações, penitências, conversão e fé. A pressão das autoridades sobre os meninos era intensa, pois somente eles viam a Virgem Maria e depois contavam as mensagens recebidas, até mesmo previsões para o futuro, as quais foram reveladas nos anos seguintes e, a última, o chamado "terceiro segredo de Fátima", no final do segundo milênio, provocando o surgimento de especulações e histórias fantásticas sobre seu conteúdo. Agora divulgado ao mundo, soube-se que previa o atentado contra o papa João Paulo II, ocorrido em 1981.
Na época, muitos duvidavam das visões das crianças. As aparições só começaram a ser reconhecidas oficialmente pela Igreja na última delas, em 13 de outubro, quando sinais extraordinários e impressionantes foram vistos por todos no céu, principalmente no disco solar. Poucos anos depois, os irmãos Francisco e Jacinta morreram. A mais velha tornou-se religiosa de clausura, tomando o nome de Lúcia de Jesus, e permaneceu sem contato com o mundo por muitos anos
O local das aparições de Maria foi transformado num santuário para Nossa Senhora de Fátima. Em 1946, na presença do cardeal representante da Santa Sé e entre uma multidão de católicos, houve a coroação da estátua da Santíssima Virgem de Fátima. Em 13 de maio de 1967, por ocasião do aniversário dos cinqüenta anos das aparições de Fátima, o papa Paulo VI foi ao santuário para celebrar a santa missa a mais de um milhão de peregrinos que o aguardavam, entre eles irmã Lúcia de Jesus, a pastora sobrevivente, que viu e conversou com Maria, a Mãe de Deus.
Esta mensagem de Fátima foi um apelo à conversão, alertando a humanidade para não travar a luta entre o bem e o mal deixando Deus de lado, pois não conseguirá chegar à felicidade, pois, ao contrário, acabará destruindo-se a si mesma. Na sua solicitude materna, a Santíssima Virgem foi a Fátima pedir aos homens para não ofender mais a Deus Nosso Pai, que já está muito ofendido. Foi a dor de mãe que a fez falar, pois o que estava em jogo era a sorte de seus filhos. Por isso ela sempre dizia aos pastorzinhos: "Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas".
Maria Domênica Mazzarello nasceu em 9 de maio de 1837, em Mornese, Itália. Filha de camponeses, era a primogênita de dez filhos e aprendera a trabalhar duro, ajudando a mãe, Maria, nos trabalhos de casa e o pai, José, nos vinhedos, até que a irmã Felicina pôde substituí-la em casa.
Os pais eram cristãos fervorosos, muito preocupados com a educação dos filhos, e se dedicaram especialmente à primogênita. Para isso contaram com a ajuda de padre Domingos Pestarino, que teve forte influência na formação espiritual de Maria Domênica.
No dia 9 de dezembro de 1855, nasceu em Mornese a Pia Sociedade das Filhas da Imaculada, composta por moças escolhidas a dedo por dom Pestarino. Maria Domênica, então com dezoito anos, era uma delas. Esse grupo se distinguiu pela dedicação às meninas mais desprotegidas, pela preocupação com a catequese e com o acompanhamento às mães cristãs. Entre elas, Maria Domênica sobressaía, pela alegria e pela liderança que exercia.
Em 1857, durante uma epidemia de tifo, Maria Domênica foi cuidar de parentes que haviam contraído a moléstia. Mas o esforço a debilitou e ela também ficou doente. Com muito custo conseguiu se recuperar, mas a antiga energia nunca mais voltou. Assim, impossibilitada de trabalhar nos campos, convidou Petronila, sua grande amiga e Filha da Imaculada, para freqüentarem aulas de corte e costura com o alfaiate do lugar, para aprenderem a profissão.
Quando estavam aptas, abriram uma salinha de costura no povoado, para ensinar às meninas do povo não apenas a costurar, mas a amar muito Jesus e Nossa Senhora e viver sempre na presença deles: "Cada ponto da agulha seja um ato de amor a Deus".
Dessa salinha de costura nasceu o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora. O número de meninas aumentava e algumas, não tendo para onde ir, permaneciam ali. Vendo o trabalho que faziam, outras moças quiseram juntar-se a elas e, logo, constituíram um grupo de moças, unidas por um mesmo ideal, fortalecidas por uma mesma espiritualidade, vivendo vida comum.
Quando dom João Bosco, hoje santo, as conheceu, no início de outubro de 1864, percebeu que ali estava a resposta de Deus ao seu desejo de fazer pelas meninas o mesmo que ele já vinha fazendo pelos meninos. E assim, depois de longa preparação, em 1872 nasceu o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, as Irmãs Salesianas.
Maria Domênica foi logo eleita superiora e confirmada por dom Bosco. E sob sua direção o Instituto cresce e se expande pela Itália, pela Europa e chega até à América. Quando ela morre, aos quarenta e quatro anos de idade, em 13 de maio de 1881, suas irmãs já eram realidade na Igreja e em dois continentes. Hoje, sua congregação espalha-se por todo o mundo a serviço da juventude pobre e desamparada.
Maria Domênica Mazzarello foi canonizada pelo papa Pio XII em 1951 e sua veneração ocorre no festivo dia da celebração de Nossa Senhora de Fátima, data em que a fundadora foi ao encontro do Pai Eterno.
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