Gabino nasceu na Dalmácia, atual Bósnia , numa família da nobreza romana cristã, radicada naquele território. Na idade adulta, ele foi viver em Roma com a intenção de se aproximar da Igreja, mesmo sabendo dos sérios riscos que correria. Nesta cidade, ele se tornou senador e se casou. Com a morte da esposa, Gabino decidiu ser padre. Transformou sua casa numa igreja, consagrou a jovem filha Suzana, à Cristo, e a educou com a ajuda do irmão Caio, que já era sacerdote. Juntos, eles exerciam o apostolado em paz, convertendo pagãos, ministrando a comunhão e executando a santa missa, enfim fortificando a Igreja neste período de trégua das perseguições.
Segundo os registros encontrados, Gabino e os familiares, eram aparentados do imperador Diocleciano. Assim, quando o soberano desejou ter a filha de Gabino como nora, não conseguiu. Enviou até mesmo um emissário para convencer a jovem, que não cedeu, decidida a se manter fiel à Cristo, sendo apoiada pelo pai e o tio Caio, que fora eleito papa, em 283. O imperador ficou mais irritado do que já estava, devido as tensões que circundavam o Império Romano em crescente decadência. Decretou a perseguição mais severa registrada na História do Cristianismo, apontado como causador de todos os males. O parentesco com o soberano de nada serviu, pois o final foi trágico para todos.
Quando começou esta perseguição, verificamos pelos registros encontrados que o padre Gabino, não mediu esforços para consolar e amparar os cristãos escondidos. Enfrentou com serenidade o perigo, andando quilômetros e quilômetros a pé, indo de casa em casa, de templo em templo, animando e preparando, os fiéis para o terrível sacrifício que os aguardava. Montanhas, vales, rios, florestas, nada o impedia nesta caminhada para animar os aflitos. Foram várias as missas rezadas por ele em catacumbas ou cavernas secretas, onde ministrava a comunhão aos que seriam martirizados. Finalmente foi preso, junto com a filha, que também foi sacrificada.
Gabino foi torturado, julgado e como não renegou a fé, foi condenado à morte por decapitação. Antes da execução, o mantiveram preso numa minúscula cela sem luz, onde passou fome, sede e frio, durante seis meses, quando foi degolado em 19 de fevereiro de 296, em Roma.
Ele não foi um simples padre, mas sim, um marco da fé e um símbolo do cristianismo. No século V, sua antiga casa, que havia sido uma igreja secreta, tornou-se uma grande basílica. Em 738, o seu culto foi confirmado durante a cerimônia de traslado das relíquias de São Gabino, para a cripta do altar principal desta basílica, onde repousam ao lado das de sua santa filha.
No século XV, a basílica foi inteiramente reformada pelo grande artista e arquiteto Bernini, sendo considerada atualmente uma das mais belas existentes na cidade do Vaticano. A sua festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.
José Antônio de Maria Ibiapina nasceu aos 5 de agosto de 1806, em Sobral, Ceará. Era o terceiro dos oito filhos de Francisco Miguel Pereira e Teresa Maria de Jesus, um casal de fazendeiros decadentes, porém dotados de fé e humildade. Em 1816 a família se transfere para a vila de Icó, onde o pai assume as funções de escrivão. A família está com muitas dificuldades financeiras.
Ibiapina se hospeda, então na casa do padre Antônio Manuel de Sousa, que se ocupou de sua educação religiosa e foi um importante padrinho. Nesta época, Ibiapina já estava consciente da fragilidade da justiça e da política de sua região, especialmente pela convivência com seu pai, serventuário a justiça, que o fez conhecedor dos bastidores do poder. Ele estava certo de que iria se tornar um defensor dos oprimidos e carentes daquela terra sem lei. José Ibiapina ingressa no seminário de Olinda em 1823 mas o deixa para iniciar os estudos de direito.
Em 1828 ingressa no curso Jurídico, finalizando os estudos em 1832. Em 1834 é eleito deputado. Desde o começo se posicionava como um defensor das questões sociais e como um autêntico nacionalista, opondo-se, muitas vezes, a políticos e autoridades influentes. Terminada sua legislatura, Ibiapina não mais desejava continuar na vida pública e se dedicou ao seu ofício de advogado, principalmente em causas de pessoas humildes e sem posses. Mas a advocacia não era o que realmente satisfazia a inquietude de seu espírito. Decepcionado com a vida, com o matrimônio e com os homens, resolve abandonar a promissora carreira e se tornar sacerdote.
Em 1828 ingressa no curso Jurídico, finalizando os estudos em 1832. Em 1834 é eleito deputado. Desde o começo se posicionava como um defensor das questões sociais e como um autêntico nacionalista, opondo-se, muitas vezes, a políticos e autoridades influentes. Terminada sua legislatura, Ibiapina não mais desejava continuar na vida pública e se dedicou ao seu ofício de advogado, principalmente em causas de pessoas humildes e sem posses. Mas a advocacia não era o que realmente satisfazia a inquietude de seu espírito. Decepcionado com a vida, com o matrimônio e com os homens, resolve abandonar a promissora carreira e se tornar sacerdote.
Em 1853, após um longo retiro espiritual, José Ibiapina recebeu as primeiras ordens, com o consentimento do bispo D. João. Começava aí a parte mais ativa de sua vida. Depois de ter sido professor do seminário inicia uma vida de peregrinação pelo interior de todo o Nordeste, para levar a mensagem confortadora do Evangelho e os dons da caridade aos irmãos mais humildes e abandonados. Movimentou-se do Piauí a Pernambuco, por diversos vilarejos, fundando colégios, hospitais, capelas, igrejas, cemitérios e até açudes. Mas, a principal marca do padre Ibiapina foram as chamadas Casas de Caridade, que começaram a surgir quando da grande epidemia de cólera que se alastrou por Pernambuco, e que prestavam atendimento de saúde aos doentes mais pobres.
Mais tarde, e com a ajuda de algumas religiosas missionárias, as Casas de Caridade passaram a oferecer formação moral e intelectual para os jovens e a abrigar órfãos e abandonados. Mas não foram apenas obras materiais as que padre Ibiapina construiu. Por onde passou, acalentou as pessoas, pregou a Palavra de Deus, apaziguou inimizades e disseminou o amor, como relatam alguns de seus biógrafos. O povo amava o Padre-Mestre, como era carinhosamente chamado.
Acometido de uma paralisia nas pernas, fruto dos anos de peregrinação, padre Ibiapina ficou preso a uma cadeira de rodas. Já em 1882 sofria de problemas vasculares que culminaram em alguns derrames. Acaba falecendo no dia 19 de fevereiro de 1883. Tantos foram os feitos de José Ibiapina que fora aclamado santo ainda em vida pelo povo nordestino. Atualmente seu processo de beatificação tramita no Vaticano.
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