Galdino nasceu em 1096 e cresceu em Milão, na Porta Oriental, no início do século XII, e ali também se tornou religioso, passando logo a auxiliar diretamente o arcebispo Oberto de Pirovano. Juntos enfrentaram um inimigo pesado, o antipapa Vitor IV, que, apoiado pelo imperador Frederico, o Barbaroxa, oprimia violentamente para dominar o mundo.
Como Milão fazia oposição, a cidade foi simplesmente arrasada em 1162. O arcebispo e Galdino só não morreram porque procuraram abrigo junto ao papa oficial, Alexandre III.
Mas logo depois Oberto morreu, e o arcebispado precisava de alguém que continuasse sua luta. O papa não teve nenhuma dúvida em nomear o próprio Galdino e consagrou-o bispo, pessoalmente, em 1166.
Galdino não decepcionou sua diocese católica. Praticava a caridade e instigava todos a fazê-lo igualmente. Pregava contra os hereges, convertia multidões e socorria também os pobres que se encontravam presos por causa de dívidas, geralmente vítimas de agiotagem.
A esses serviu tanto que suas visitas de apoio receberam até um apelido: "o pão de são Galdino". Uma espécie de "cesta básica" material e espiritual, pois dava pão para o corpo e orações, que eram o pão para o espírito. Foi uma fonte de força e fé para lutar contra os opressores.
Mas tudo isso era feito paralelamente ao trabalho político, pois no plano da diplomacia defendia seu povo e sua terra em tudo o que fosse preciso. Morreu no dia 18 de abril de 1176, justamente no instante em que fazia, no púlpito, um sermão inflamado contra os pecadores, os hereges, inimigos da Igreja, e os políticos, inimigos da cidade. Quando terminou o sermão emocionado, diante de um grande número de fiéis e religiosos, caiu morto de repente.
Ela nasceu em Paris, no dia 1o de fevereiro de 1566, e se chamava Bárbara Avrillot, filha do senhor de Champstreaux, riquíssimo, influente na corte francesa e na vida religiosa por ser um homem muito devoto, assim como sua descendência.
Como era costume na época, apenas adolescente Bárbara foi enviada às Irmãs Menores da Humildade de Nossa Senhora, que habitavam nas proximidades. Regressou à família aos catorze anos e não pôde optar pela vida religiosa, pois aos dezesseis anos foi entregue como esposa ao visconde de Villemor, Pedro Acário, senhor de muitas terras, muito atuante na política da corte e cuja influência era tão forte quanto à de sua família, possuidor de costumes sérios e seguidor dos preceitos cristãos. Tiveram seis filhos.
O rei Henrique IV, após desfazer a Liga política à qual seu marido pertencia, mandou-o para o exílio e confiscou-lhe todos os bens. Foram quatro anos de várias atribulações financeiras e aflição de espírito. Porém Bárbara não se abateu, tomou a defesa do marido, não se detendo até provar a inocência dele e reaver todos os bens. Foi com essa fibra que educou os filhos com generosidade, no respeito e no serviço aos mais pobres, doentes e mais desamparados. Ensinou-os a viver de maneira simples, sóbria, modesta, e no amor à verdade, pois a verdade é Cristo. Ensinou-lhes, também, o espírito de sacrifício e a força de vontade perante as dificuldades.
Nesse período, conheceu o religioso Francisco de Salles, depois também fundador e santo pela Igreja, o qual aprovava sua atitude e comportamento, vindo a tornar-se o seu diretor espiritual. Em 1601, ela leu os escritos de Teresa d'Ávila e desejou, ela mesma, uma leiga, fazer todo o possível para introduzir na França a reforma carmelita. Um ano depois, acolheu as primeiras vocações e obteve a autorização do rei, o qual lhe dispensava uma grande consideração, e, em 1603, o papa Clemente VIII enviou-lhe sua autorização para a fundação, portanto ela pôde construir o primeiro mosteiro carmelita na França. Depois, com os outros, que vieram em seguida, houve uma forte influência na espiritualidade católica de seu tempo. Três de suas filhas entraram no Carmelo de Amiens.
Em 1613, morreu seu marido e só então ela tomou o nome de Maria da Encarnação, tomando o hábito e jurando os votos a uma de suas filhas, que se tornara a abadessa do mosteiro de Amiens, onde ela permaneceu durante algum tempo, para depois estabelecer-se no de Pontoise. Manteve-se sempre ativa e preparada para discussões sobre o tema da fé com personagens próprios e auto-reveladores e sempre humilde e afetuosa como simples carmelita de sua comunidade.
Maria da Encarnação, madame Acário, é considerada a "madre fundadora do Carmelo na França" porque contribuiu para a difusão da reforma carmelita de Santa Teresa d'Ávila, mais do que todos, em solo francês. Ela terminou os seus dias num leito de dor em Pontoise. E ao morrer, no dia 18 de abril de 1618, recitou várias vezes os salmos 21 e 101. Esse dia era Quinta-Feira Santa.
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