sexta-feira, 1 de abril de 2011

Formação – Caminhos para o Tempo de Quaresma

A oração, o jejum, a penitência e a caridade são os caminhos propostos pela Igreja para a vivência desse tempo de preparação para a Páscoa. Estes elementos nos levam a uma conversão, portanto esse é um tempo propício para a conversão pessoal. A conversão não é algo que acontece miraculosamente, é algo que vai acontecendo em nossa vida. Se pergunte onde você precisa se converter hoje, o que você precisa mudar para se ajustar ao projeto de Deus. “Convertei-vos” é o grande apelo que Jesus faz no início de sua pregação messiânica.
Eu não acredito que se possa operar numa pessoa sem sentido orante. São tantas as formas de oração: a oração contemplativa, a oração recitativa, a leitura orante da palavra, o silêncio, o abandono… Às vezes rezamos pouco e caímos nas tramas do mundo, que não valoriza mais essa experiência. Se você acorda à noite com insônia, vá rezar. Deixe que o Senhor te fale nas tuas angústias, nos teus problemas, nas tuas alegrias…
Quem ora sentirá necessidade de viver a penitência que Jesus nos propõe, de fazer morrer o que não é de Deus, os desejos da própria natureza, e de submeter-se à vontade de Deus, fazendo morrer sua voz, que pede tanto para si mesmo… A penitência é renuncia, é sacrifício, é a porta aberta para o céu. Nessa Quaresma, procure ver, pense, onde você precisa fazer penitência. A penitência converte, abranda os impulsos da carne. Lembre-se que fazer penitência é fazer a vontade de Deus, e não a sua. As leituras da Quaresma nos mostram o que é penitência: “Rasgai, não as vossas vestes, mas o vosso coração”, diz Joel. “Rasguem os seus corações, deixem que Eu coloque em vocês um coração de carne”, diz Ezequiel.
Eu sempre lembro um fato, ocorrido durante Olimpíadas de Seul. Havia um jogo de basquete entre o Brasil e os Estados Unidos de madrugada e eu me programei para assistir. Eu estava vibrando com o jogo, quando o telefone começou a tocar. Era uma ligação do hospital. Havia acontecido um acidente e as famílias estavam desesperadas pedindo um padre. Eu fui para o meu quarto, troquei de roupa e fui para o hospital. Se você me perguntar se eu peguei aquele carro e subi aquela ladeira fazendo a minha vontade, eu respondo: não. De manhã, ao descer para casa, eu dizia: “Senhor, dai-me a graça de fazer não a minha vontade, mas a Tua vontade”. Faça morrer dentro de você as suas coisas, pois mais legítimas que sejam. Faça a vontade de Deus e você não se arrependerá.
Além de oração e penitência, como exigência nesse caminho, vemos uma coisa extremamente importante: as boas obras, a caridade. A caridade é o cumprimento da lei, é um ato de amor, de reparação a uma injustiça, de solidariedade, de compaixão. Caridade não é dar coisas, é amar o próximo. Exercite a caridade no anonimato.
O jejum não é apenas deixar de comer, mas mortificar o corpo, privando-se das coisas em vista de um bem que você possa fazer ao outro. É estranho que se diga: “Eu estou jejuando, mas vou fazer uma bacalhoada à portuguesa.” A Palavra diz: “O jejum que me agrada não é que vocês se deitem sobre as cinzas ou se vistam de sacos. O jejum que me agrada é quebrar o jugo da opressão, dar um pão a quem tem fome, cobrir os nus, praticar a justiça.”.
Aproveitem essa quaresma para viver esse caminho de oração, jejum, penitência e caridade.
Uma santa e abençoada Quaresma!
Padre Adilson Simões
(Transcrição e adaptação: Tati Saraiva – Missionária da Terra da Misericórdia)
Fonte: http://www.filhosdamisericordia.com.br/

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