sábado, 5 de maio de 2012

Evangelho do Dia - Sábado 05.05.2012

Evangelho (João 14,7-14)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
14 7 Disse Jesus: "Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto". 
8 Disse-lhe Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta". 
9 Respondeu Jesus: "Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: 'Mostra-nos o Pai' 
10 Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras. 
11 Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede-o ao menos por causa destas obras. 
12 Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai. 
13 E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 
14 Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei". 
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 05 de Maio

Santo Ângelo

Uma tradição muito antiga nos trás a luz sobre a vida de Ângelo. Os registros indicam que ele nasceu em 1185, na cidade de Jerusalém, de pais judeus pela religião, chamados José e Maria, nomes muito comuns na região. E que eles se converteram após Nossa Senhora ter avisado Ângelo, durante as orações, que ele teria um irmão, o que lhes parecia impossível, porque seus pais eram idosos. Mas isso aconteceu. Emocionados, receberam o batismo junto com a criança, à qual deram o nome de João. Mais tarde, ele também vestiu o hábito carmelita.
Ângelo viveu em muitos conventos da Palestina e da Ásia Menor. Recebeu muitas graças do Senhor, sobretudo o dom da profecia e dos milagres, depois de viver cinco anos no monte Carmelo, mesmo lugar onde viveu o profeta Elias. Entrou para a Ordem do Carmo quando tinha apenas dezoito anos e, em 1213, foi ordenado sacerdote.
Ainda segundo a tradição, Ângelo saiu do monte Carmelo com os primeiros carmelitas que foram para Roma a fim de obter do papa Honório III a aprovação da Regra do Carmelo, e depois imigraram para a Sicília.
Lá, ao visitar a basílica de São João, se encontrou com os sacerdotes, que se tornaram santos, Domingos de Gusmão e Francisco de Assis, instante em que previu e anunciou a sua morte como mártir de Jesus Cristo.
Dentre seus grandes feitos, o que mais se destaca é o trabalho de evangelização que manteve entre os hereges cátaros daquela cidade. A história narra que ele conseguiu converter até uma mulher que, antes disso, mantinha uma vida de pecados, até mesmo uma relação incestuosa com um rico senhor do lugar.
No dia 5 de maio de 1220, Ângelo fez sua última pregação na igreja de São Tiago de Licata, na Sicília. Nesse dia foi morto, vítima daquele rico homem, que não se conformou com o abandono e a conversão de sua amante, encomendando o assassinato.
Venerado pela população, logo uma igreja foi erguida no lugar de seu martírio, onde foi sepultado o seu corpo. A Igreja canonizou o mártir santo Ângelo em 1498. Porém somente em 1662 as suas relíquias foram transladadas para a igreja dos carmelitas. O seu culto se difundiu amplamente no meio dos fiéis e na Ordem do Carmo.
Santo Ângelo foi nomeado padroeiro de muitas localidades, inicialmente na Itália, depois em outras regiões da Europa. Sua veneração se mantém até os nossos dias, sendo invocado pelo povo e devotos nas situações de suas dificuldades. Os primeiros padres carmelitas da América difundiram a sua devoção, construindo igrejas, nomeando as aldeias que se formavam, e expandiram o seu culto, que também chegou ao Brasil.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Evangelho do Dia - Sexta-Feira 04.05.2012

Evangelho (João 14,1-6)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
14 1 Disse Jesus: "Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. 
2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. 
3 Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. 
4 E vós conheceis o caminho para ir aonde vou". 
5 Disse-lhe Tomé: "Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?" 
6 Jesus lhe respondeu: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim". 
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 04 de Maio

São Ciríaco
Segundo um antigo texto da tradição cristã, do século IV, um hebreu de nome Judas teria ajudado nos trabalhos para encontrar a cruz de Cristo na cidade de Jerusalém, promovidos pelo bispo e pela rainha Helena, que era cristã e mãe do então imperador Constantino. Esse hebreu se converteu e se tornou um sacerdote, tomando o nome de Ciríaco, que em grego significa "Patrício", nome comum entre os romanos.
Mais tarde, após ter percorrido as estradas da Palestina, ele foi eleito bispo de Jerusalém, e aí teria sido martirizado, junto com sua mãe, chamada Ana, durante a perseguição de Juliano, o Apóstata. 
Essa seria a história de são Ciríaco, que comemoramos hoje, não fosse a marca profunda deixada por sua presença na cidade italiana de Ancona, em Nápolis. A explicação para isto encontra-se no Martirológio Romano, que associou os textos antigos e confirmou sua presença em ambas as cidades. A conclusão de sua trajetória exata é o que veremos a seguir. 
Logo que se converteu, para fugir à hostilidade dos velhos amigos pagãos, Ciríaco teria abandonado a Palestina para exilar-se na Itália, fixando-se em Ancona. Nessa cidade ele foi eleito bispo, trabalhando, arduamente, para difundir o cristianismo, pois o Edito de Milão dava liberdade para a expansão da religião em todos os domínios do Império. 
Após uma longa vida episcopal, Ciríaco, já idoso, fez sua última peregrinação à cidade de Jerusalém, onde fora bispo na juventude, para rever os lugares santos. E foi nesse momento que ele sofreu o martírio e morreu em nome de Cristo, por ordem do último perseguidor romano, Juliano, o Apóstata, entre 361 e 363. 
Os devotos dizem que suas relíquias chegaram ao porto de Ancona trazidas pelas ondas do mar. Essa tradição é celebrada, no dia 4 de maio, na catedral de Ancona, onde são distribuídos maços de junco benzidos. 
Na realidade, as relíquias de são Ciríaco retornaram à cidade durante o governo do imperador Teodósio, entre 379 e 395, graças à sua filha, Gala Plácida, que interveio favoravelmente junto às autoridades, conseguindo o que a população de Ancona tanto desejava. 
A memória desse culto antiquíssimo a são Ciríaco pode ser observada pelos monumentos, das mais remotas épocas, que existem, em toda a cidade, com a imagem do santo. Aliás, são Ciríaco foi escolhido como o padroeiro de Ancona e a própria catedral, no século XIV, foi dedicada a ele, mudando até o nome. Essa majestosa igreja, que domina a cidade do alto das colinas do Guasco, é vista por todos os que chegam em Ancona por terra ou por mar, mais um tributo à são Ciríaco, por seu exílio e vida episcopal.

São Floriano
O mais antigo registro sobre Floriano foi encontrado num documento de doação datado do século VIII, através do qual o presbítero Reginolfo oferecia para a Igreja algumas propriedades de terras, dentre as quais, "as do lugar aonde foi enterrado o precioso mártir Floriano".
Floriano viveu na cidade de Mantem, próxima de Kems, Alemanha. Na época, Diocleciano era o imperador e Aquilino, o comandante do exército romano na região do Danúbio, atual Áustria, onde existiam numerosas colônias do Império e vários batalhões de soldados que faziam sua defesa. Floriano era militar em um desses batalhões.
Os legionários romanos cristãos foram muito importantes, porque levaram a fé de Cristo às regiões mais remotas do Império Romano, pagando por essa difusão com a própria vida. Famosos e numerosos foram os mártires que pertenceram a essas legiões, mortos sob a perseguição do imperador Diocleciano no início do século IV. Entre eles encontramos Floriano e seus companheiros.
Diocleciano foi imperador de grande energia, estadista de rara habilidade e inteligência, mas se tornou um fanático inimigo da Igreja. Desencadeou a mais longa e duradoura perseguição contra ela, na intenção de varrer todos os vestígios do cristianismo. Contava, para isso, com a ajuda de seu genro Galério, colega nas armas e no domínio do Império.
Foi dele o decreto que proibia qualquer tipo de culto cristão. Exigia que todos os livros religiosos, começando pela Bíblia Sagrada, fossem queimados e ampliou a perseguição para dentro do seu próprio exército. Os soldados eram obrigados a prestar juramento de fidelidade ao imperador e levar oferendas aos ídolos, sob pena de morte.
Muitos militares recusaram obedecer à ordem do imperador e foram executados. Um deles foi Floriano, acompanhado por mais quarenta companheiros. Eles se apresentaram ao comandante Aquilino, do acampamento de Lorch, Áustria, para comunicar que eram cristãos e que não poderiam servir ao exército do imperador. Por esse motivo foram presos.
Durante o processo de julgamento, nenhum deles renunciou à fé em Cristo. Foram condenados a serem jogados no rio Ens, com uma pedra amarrada no pescoço. A sentença foi executada no dia 4 de maio de 304. O corpo de Floriano foi recolhido por uma senhora cristã, que o sepultou. No século VIII, sua veneração foi oficialmente introduzida na Igreja pelo Martirológio Romano, que manteve esta data para a festa litúrgica.
No local da sua sepultura construíram um convento beneditino. Mais tarde, passou para os agostinianos, que difundiram a sua memória e a de seus companheiros. O seu culto se popularizou rapidamente na Áustria e na Alemanha, onde os fiéis recorrem a ele pedindo proteção contra as inundações. Por essa sua tradição com a água, ao longo do tempo são Floriano se tornou o protetor contra os incêndios e padroeiro dos bombeiros.

Santa Antonina
Antonina é o feminino do antigo nome latino Antonius, derivado, provavelmente, do grego Antionos, que significa "nascido antes". É um dos nomes mais difundidos entre os povos latinos, que ganhou muitos adeptos entre os cristãos. Mas, antes de Cristo, era muito comum também.
Hoje festejamos a santa mártir Antonina, que morreu em Nicea, na Bitínia, atual Turquia, no final do século III. No Martirológio Romano, ela foi citada três vezes: dia 1o de março, 4 de maio e 12 de junho, e cada vez de maneira diferente, como se fossem três pessoas distintas. Vejamos o porquê.
No século XVI, o cardeal e bibliotecário do Vaticano, César Baronio, unificou os calendários litúrgicos da Igreja, a pedido do papa Clemente VIII, com os santos comemorados em datas diferentes no mundo cristão. A Igreja dos primeiros séculos foi exclusivamente evangelizadora. Para consolidar-se, adaptava a liturgia e os cultos dos santos aos novos povos convertidos. Muitas vezes, as tradições se confundiam com os fatos concretos, devido aos diferentes idiomas, mas assim mesmo os cultos se mantiveram.
O trabalho de Baronio foi chamado de Martirológio Romano, uma espécie de dicionário dos santos da Igreja de Cristo de todos os tempos. Porém ele, ao lidar com os calendários egípcio, grego e siríaco, que comemoravam santa Antonina em datas diferentes, não se deu conta de que as celebrações homenageavam sempre a mesma pessoa. Isso porque o nome era comum e os martírios, descritos de maneira diversa entre si.
O calendário grego dizia que ela foi decapitada; o egípcio, que foi queimada viva; e o siríaco, que tinha morrido afogada. Mais tarde, o que deu luz aos fatos foi um código geronimiano do século V, confirmando que apenas uma mártir tinha morrido, em Nicea, com este nome.
Antonina sofreu o martírio no século IV, durante o governo do sanguinário imperador Diocleciano, na cidade de Nicea. Ela foi denunciada como cristã, presa e condenada à morte. Mas antes a torturaram de muitas maneiras. Com ferros em brasa, queimaram-lhe as mãos e os pés. Depois, foi amarrada e colocada numa pequena cela com o chão forrado de brasas, onde ficou por dois dias.
Voltando ao tribunal, não renegou sua fé. Foi, então, fechada dentro de um saco e jogada no fundo de um lago pantanoso na periferia de Nicea. Era o dia 4 de maio de 306, data que foi mantida para a veneração de santa Antonina, a mártir de Nicea.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Evangelho do Dia - Quinta-Feira 03.05.2012

Evangelho (João 14,6-14)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 14 6 Jesus lhe respondeu: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. 
7 Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto". 
8 Disse-lhe Filipe: "Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta". 
9 Respondeu Jesus: "Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: ´Mostra-nos o Pai´. 
10 Não credes que estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras. 
11 Crede-me: estou no Pai, e o Pai em mim. Crede-o ao menos por causa destas obras. 
12 Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai. 
13 E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 
14 Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei". 
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 03 de Maio

São Filipe
Filipe nasceu em Betsaida, na Galileia, e foi um dos primeiros discípulos de Jesus, tendo sido, anteriormente, discípulo de são João Batista. O seu nome ocupa sempre o quinto lugar nas listas dos apóstolos e é mencionado mais de uma vez no Evangelho.
Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas dão-nos, de Filipe, somente o nome e o lugar do nascimento, mas João oferece-nos maiores particularidades sobre a sua personalidade. Os poucos elementos fornecidos pelo Evangelho permitem-nos esboçar o perfil espiritual do apóstolo Filipe, homem simples e aberto, primário e sincero, que gozou da intimidade espontânea com Jesus. 
Ele era da mesma cidade de Pedro e André, e talvez fosse também pescador. As Sagradas Escrituras nos contam que Filipe, após ter sido chamado diretamente por Jesus, ao encontrar Natanael, mais tarde chamado de Bartolomeu, com certa euforia lhe comunica a notícia: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José" (Jo 1,45-46). 
Em outra passagem, João nos conta que foi Filipe quem perguntou a Jesus, no dia do milagre da multiplicação dos pães, como faria para alimentar tanta gente com tão poucos pães. Também, noutra ocasião, quando se aproximaram dos apóstolos, alguns gregos que queriam ver mais de perto Jesus e recorreram diretamente a Filipe. Então, junto com André, transmitiram o pedido a Cristo, que os atendeu com benevolência (Jo 12,21-23). 
A última intervenção dele aconteceu durante a última ceia. Os apóstolos escutavam, atentos, as palavras de despedida do Mestre quando Filipe lhe pediu um esclarecimento: "Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta". Jesus respondeu: "Filipe, há tanto tempo que convivo convosco e ainda não me conheceis? Quem me viu, viu o Pai. Não crês que eu estou no Pai e o Pai está em mim?" (Jo 14,8). 
Nada sabemos dele depois da ressurreição. Segundo a tradição, ele foi enviado para pregar o Evangelho na Ásia Menor, onde patrocinou um fato prodigioso. Filipe teria sido obrigado a reverenciar o deus Marte, acendendo-lhe um incenso. Naquele instante, surgiu de trás do altar pagão uma cobra, que matou o filho do sacerdote-mor e mais dois comandados seus. Mas o apóstolo, com um gesto, os fez ressuscitar e matou a cobra. Esse e outros milagres de Filipe foram responsáveis pela conversão de muitos pagãos ao cristianismo. 
Não se sabe, exatamente, como ou quando Filipe morreu. Mas o mais provável é que tenha sido crucificado em Gerápolis, no tempo do imperador Domiciano, talvez Trajano, aos oitenta e sete anos. Suas relíquias foram transportadas num dia 3 de maio e colocadas na igreja dos Apóstolos, em Roma, junto com as de são Tiago, o Menor. Por isso são Filipe é celebrado neste dia.

São Tiago
Tiago, filho de Alfeu, é identificado nos evangelhos como "irmão do Senhor", termo usado para designar parentesco de primos. Governou a Igreja de Jerusalém e foi chamado de "o Menor" para não ser confundido com são Tiago, o Maior, que era irmão de são João.
Os evangelhos só falam dele nas listas dos apóstolos. Porém tal falta de informação foi compensada pelas fartas referências à sua ação e personalidade contidas nos Atos dos Apóstolos e na Carta de são Paulo aos Gálatas, que nos permitem saber que Tiago era, com são Pedro, a principal figura da Igreja. São Paulo chega a citar seu nome em primeiro lugar, dizendo: "Tiago, Pedro e João, considerados colunas da Igreja" (Gl 2,9). Foi com ele que Paulo, depois de convertido, se encontrou em Jerusalém.
Dizem as Escrituras que Tiago sempre teve atenção e carinho especiais de Jesus Cristo. Além de considerá-lo um homem de grande elevação espiritual, ainda era seu parente próximo. Tiago foi testemunha da Ressurreição de Jesus; (1Cor 15,7). Antes de subir aos céus, Jesus, numa aparição, deu a ele o dom da ciência como recompensa por sua bondade e santidade.
No Concílio de Jerusalém, onde se discutiu o problema da circuncisão e da lei mosaica a serem impostas ou não aos convertidos do paganismo, Tiago teve um papel importante quando deu sua opinião, aceita por todos (At 15). Ele também escreveu uma epístola.
Devemos a Tiago práticos, sensíveis e prudentes ensinamentos. Como esta advertência, sempre muito atual: "Se alguém pensa ser religioso, mas não freia sua língua e engana seu coração, então é vã sua religião. A religião pura e sem mácula, aos olhos de Deus, nosso Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas em suas aflições e conservar-se puro da corrupção deste mundo" (Tg 1,26-27).
Sobre a morte de Tiago, o Menor, que foi o primeiro apóstolo a dar a vida em nome de Jesus, possuímos informações de antiga data. Entre as mais prováveis estão as do historiador hebreu José Flávio, segundo o qual o apóstolo teria sido apedrejado e pisoteado no ano 61(ou 62), pelo sumo pontífice Anás II, que se aproveitou da morte do íntegro papa Festo para eliminar o bispo de Jerusalém.
São Tiago, o Menor, sempre foi considerado um homem de grande pureza, total dedicação e abnegação, vivendo, desde o nascimento, consagrado a Deus. Sua vida foi santa e de muita austeridade. Converteu muitos judeus à fé cristã antes de receber a coroa do martírio. Suas relíquias foram colocadas na igreja dos Santos Apóstolos, em Roma, e sua festa se celebra no dia 3 de maio.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Evangelho do Dia - Quarta-Feira 02.05.2012

Evangelho (João 12,44-50)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
12 44 Entretanto, Jesus exclamou em voz alta: "Aquele que crê em mim, crê não em mim, mas naquele que me enviou; 
45 e aquele que me vê, vê aquele que me enviou. 
46 Eu vim como luz ao mundo; assim, todo aquele que crer em mim não ficará nas trevas. 
47 Se alguém ouve as minhas palavras e não as guarda, eu não o condenarei, porque não vim para condenar o mundo, mas para salvá-lo. 
48 Quem me despreza e não recebe as minhas palavras, tem quem o julgue; a palavra que anunciei julgá-lo-á no último dia. 
49 Em verdade, não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele mesmo me prescreveu o que devo dizer e o que devo ensinar. 
50 E sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que digo, digo-o segundo me falou o Pai". 
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 02 de Maio

Santo Atanásio
Houve o dia em que a Igreja se viu livre da perseguição mortal dos pagãos. Foi no ano 313 e o famoso Edito de Milão transformou o cristianismo de perseguido a favorecido pelos imperadores romanos. Mas a luta não terminou aí, pois na mesma época a semente da discórdia foi plantada no interior do catolicismo, com a heresia de Ário. Foi então que a fé extrema e a dedicação na defesa da divindade de Cristo transformaram Atanásio, o bispo de Alexandria, no mais vigoroso combatente dos hereges.
Atanásio nasceu no Egito em 296, filho da cidade da qual seria o bispo mais lembrado. Ainda adolescente, foi considerado um dos homens mais inteligentes de Alexandria entre as celebridades que ali vivam. Ingressou na Igreja por meio do bispo Alexandre. Na qualidade de seu assessor especial, embora fosse apenas diácono, Atanásio participou do Concílio de Nicéia, em 325, e passou para a história da Igreja.
Em todos os registros sobre esse Concílio, que definiu o arianismo como heresia, o nome de Atanásio é o mais citado. O arianismo negava a santidade de Jesus. Considerava-o apenas "uma criatura do Pai" e não parte dele, equivalente a ele. Atanásio foi um dos responsáveis na luta para que a Igreja retomasse o caminho apontado e definido pelos apóstolos. Conta-se que os seus discursos empolgantes, com uma argumentação bíblica brilhante e a lucidez de sua doutrina, foram essenciais na defesa e manutenção da ortodoxia cristã. Apontou um por um os erros históricos e dogmáticos dos hereges, conquistando a vitória para a causa católica e, conseqüentemente, o ódio profundo dos arianos.
Atanásio foi um religioso muito atuante, discípulo e contemporâneo de figuras muito importantes do clero que a Igreja honrou com a veneração nos altares. Quando morreu o bispo Alexandre, tanto o povo como o clero apontaram Atanásio como seu sucessor. Seu bispado durou quarenta e seis anos, recheados de perseguição e sofrimento. Apoiados pelo imperador, os arianos espalharam calúnias incríveis. Atanásio sofreu cinco exílios seguidos, intercalados com fugas e com afastamentos por vontade própria, que suportou com paciência e determinação. Foi assim que conheceu santo Antão, de quem escreveu a biografia, contando também como era a vida monástica no deserto, o que atraiu muitos cristãos aos mosteiros eremitas.
Atanásio morreu, com setenta e sete anos, no dia 2 de maio de 373. Logo depois, foi inserido entre os celebres "Padres da Igreja", sendo canonizado e declarado "doutor da Igreja". Sua festa litúrgica é celebrada no dia de sua morte em todo o mundo cristão.

Mafalda (Bem-Aventurada)
Mafalda passou para a história do povo português como "a rainha santa Mafalda". Ela foi uma das filhas do primeiro rei de Portugal, Sancho I, o Povoador, e da rainha Dulce de Aragão. Em 1184, quando nasceu, herdou o nome de sua avó paterna, Mafalda de Savóia, e tornou-se uma jovem muito bela. Recebeu a educação própria aos nobres.
O rei Sancho I morreu em 1211, deixando o reinado para a rainha viúva e o poder efetivo ao ministro Nunes de Lara. Na época, por causa da guerra com os árabes muçulmanos, era importante para o reino de Portugal que se estreitassem os laços de amizade com o reino de Castela, ou seja, com a elite espanhola. Por isso o ministro Nunes acertou o casamento de Mafalda com o rei Henrique I, do trono de Castela.
Entretanto, a mãe do rei Henrique I, que não queria o casamento, recorreu à Santa Sé alegando que os dois jovens reis eram parentes e muito jovens. Começou a correr o processo de anulação do casamento. Aos quatorze anos, o rei Henrique I morreu tragicamente. O papa Inocêncio III anulou o matrimônio e a rainha Mafalda regressou a sua pátria.
Em Portugal, Mafalda passou a auxiliar monges e monjas com doações a mosteiros. Mais tarde, ingressou no Convento de Arouca, Portugal, e tornou-se monja cisterciense da Ordem de São Bernardo, de cujo convento só saia para fazer peregrinações à catedral do Porto, onde entregava suas jóias no altar de Nossa Senhora, de quem era muito devota. Vivia com humildade e usou sua riqueza patrocinando as obras de caridade, a reconstrução dos povoados, a construção de hospitais e as casas religiosas.
Devido às obras de caridade que fez, o papa Alexandre IV, de próprio punho, agradeceu os serviços que ela prestou à Igreja em uma carta de 1255. Mafalda morreu no dia 1o de maio de 1257, no mosteiro de Arouca, Portugal, onde seu corpo foi sepultado.
A fama da sua santidade foi logo crescendo e a população passou a referir-se a ela como "rainha santa Mafalda". No século XII, por ocasião da sua exumação, corpo e vestes estavam incorruptos. O papa Pio VI beatificou-a em 1793 e no ano seguinte autorizou o culto público e sua festa litúrgica no dia 2 de maio.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Evangelho do Dia - Terça-Feira 1º.05.2012

Evangelho (João 10,22-30)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
10 22 Celebrava-se em Jerusalém a festa da Dedicação. Era inverno. 
23 Jesus passeava no templo, no pórtico de Salomão. 
24 Os judeus rodearam-no e perguntaram-lhe: "Até quando nos deixarás na incerteza? Se tu és o Cristo, dize-nos claramente". 
25 Jesus respondeu-lhes: "Eu vo-lo digo, mas não credes. As obras que faço em nome de meu Pai, estas dão testemunho de mim. 
26 Entretanto, não credes, porque não sois das minhas ovelhas. 
27 As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 
28 Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão. 
29 Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém as pode arrebatar da mão de meu Pai. 
30 Eu e o Pai somos um". 
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 1º de Maio

São José Operário
Basta traçar um paralelo entre a vida cheia de sacrifícios de são José, que trabalhou a vida toda para ver Nosso Senhor Jesus Cristo dar a vida pela humanidade, e a luta dos trabalhadores do mundo todo, pleiteando respeito a seus direitos mínimos, para entender os motivos que levaram o papa Pio XII a instituir a festa de "São José Trabalhador", em 1955, na mesma data em que se comemora o dia do trabalho em quase todo o planeta.
Foi no dia 1o de maio de 1886, em Chicago, maior parque industrial dos Estados Unidos na época, que os operários de uma fábrica se revoltaram com a situação desumana a que eram submetidos e pelo total desrespeito à pessoa que os patrões demonstravam. Eram trezentos e quarenta em greve e a polícia, a serviço dos poderosos, massacrou-os sem piedade. Mais de cinqüenta ficaram gravemente feridos e seis deles foram assassinados num confronto desigual. Em homenagem a eles é que se consagrou este dia.
São José é o modelo ideal do operário. Sustentou sua família durante toda a vida com o trabalho de suas próprias mãos, cumpriu sempre seus deveres para com a comunidade, ensinou ao Filho de Deus a profissão de carpinteiro e, dessa maneira suada e laboriosa, permitiu que as profecias se cumprissem e seu povo fosse salvo, assim como toda a humanidade.
Proclamando são José protetor dos trabalhadores, a Igreja quis demonstrar que está ao lado deles, os mais oprimidos, dando-lhes como patrono o mais exemplar dos seres humanos, aquele que aceitou ser o pai adotivo de Deus feito homem, mesmo sabendo o que poderia acontecer à sua família. José lutou pelos direitos da vida do ser humano e, agora, coloca-se ombro a ombro na luta pelos direitos humanos dos trabalhadores do mundo, por meio dos membros da Igreja que aumentam as fileiras dos que defendem os operários e seu direito a uma vida digna.
Muito acertada mais esta celebração ao homem "justo" do Evangelho, que tradicional e particularmente também é festejado no dia 19 de março, onde sua história pessoal é relatada.

São Peregrino Laziosi
Peregrino pertencia à família dos nobres Laziosi. Nasceu na cidade de Forli, no norte da Itália, no ano 1265. Cresceu em meio a uma população conhecida pelo espírito reacionário e anárquico. Tornou um jovem idealista, de caráter intempestivo, recebendo o apelido de "furacão".
Certa ocasião, ocorreu um incidente grave num dos tumultos populares freqüentes, porque a população se dividia entre os que apoiavam as ordens do papa e os que preferiam seguir as do imperador germânico. Foi quando a cidade recebeu um interdito do papa Martino IV, como castigo pelas desordens e atitudes rebeldes. Houve séria reação entre as partes. Para acalmar os ânimos, o papa pediu ao superior geral dos servitas, futuro santo Filipe Benicío, que estava no mosteiro da cidade, para agir em seu nome e apaziguar os fiéis.
Era uma tarefa delicada. Filipe, então, usando o púlpito da igreja, fez um discurso fervoroso solicitando a todos que obedecessem ao sumo pontífice. Foi quando um grupo liderado por Peregrino, então com dezoito anos, o ameaçou de agressão. O jovem foi mais longe, chegando a dar-lhe um tapa no rosto. Filipe aceitou a ofensa. Depois, Peregrino, mobilizando a população com gritos, fez com que fosse expulso da cidade.
Filipe saiu humilhado, mas rezando firmemente pela conversão dos agitadores e principalmente pelo jovem agressor. Deus ouviu sua prece. Peregrino, caindo em si, sentiu arrependimento, vergonha e remorso. Ficou tão angustiado que, dias depois, foi procurar Filipe, para, prostrando-se a seus pés, pedir perdão.
Naquele instante, Peregrino estava convertido realmente. Mais tarde, aos trinta anos, ingressou na Ordem dos Servos de Maria, os servitas, como irmão penitente. A tradição diz que foi o próprio Filipe que entregou o hábito a Peregrino. Mas o certo foi que ele enviou o arrependido agressor para fazer o noviciado em Sena. Só depois voltou para Forli, onde, no mosteiro, exerceu o apostolado do bem semeando a paz.
Peregrino distinguiu-se pela obediência ao regulamento, pela penitência e mortificação. Durante trinta anos, cumpriu uma penitência imposta a si mesmo: ficava sempre em pé, nunca se sentava. Quando atingiu os sessenta anos de idade, devido a isso, tinha uma ferida cancerosa na perna direita, causada por varizes.
Era tão grave seu estado de saúde, que o médico receitou a amputação da perna, para salvar sua vida. Porém, na véspera da operação, Peregrino acordou, subitamente, no meio da noite e sentiu que devia ir rezar na capela diante de Jesus Crucificado. Assim fez: com muito esforço para caminhar, ajoelhou-se e rezou com fervor pedindo que Cristo lhe concedesse a graça da cura. Foi envolvido por um êxtase contemplativo tão profundo que viu Jesus descer da cruz e tocar sua ferida. Uma vez refeito da visão, voltou para o leito e adormeceu. Na manhã seguinte, o médico constatou que havia ocorrido um milagre. Peregrino estava sem nenhuma ferida, Jesus o havia curado.
O milagre só fez aumentar a veneração que os habitantes da cidade já lhe dedicavam. Peregrino morreu no primeiro dia de maio de 1345, vítima de uma febre. Durante seus funerais, dois milagres ocorreram e foram atribuídos à sua intercessão. Seu culto se estendeu pelo mundo todo rapidamente, pois os fiéis recorrem a ele como padroeiro dos doentes cancerosos.
Em 1726, foi canonizado pelo papa Bento XIII, sendo o dia de sua morte o indicado para celebrar a sua memória, quando também se comemora são José, Operário. Por isso sua festa pode ocorrer nos primeiros dias do mês de Maria. A relíquia do manto de são Peregrino Laziosi é conservada à veneração dos fiéis brasileiros na igreja de Nossa Senhora das Dores, no bairro do Ipiranga, em São Paulo.