segunda-feira, 30 de abril de 2012

Evangelho do Dia - Segunda-Feira 30.04.2012

Evangelho (João 10,1-10)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, disse Jesus: 10 1 "Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. 
2 Mas quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 
3 A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz. Ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz à pastagem. 
4 Depois de conduzir todas as suas ovelhas para fora, vai adiante delas; e as ovelhas seguem-no, pois lhe conhecem a voz. 
5 Mas não seguem o estranho; antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos". 
6 Jesus disse-lhes essa parábola, mas não entendiam do que ele queria falar. 
7 Jesus tornou a dizer-lhes: "Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. 
8 Todos quantos vieram antes de mim foram ladrões e salteadores, mas as ovelhas não os ouviram. 
9 Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo; tanto entrará como sairá e encontrará pastagem. 
10 O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância". 
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 30 de Abril

São José Benedito Cotolengo
José Benedito Cotolengo nasceu em Brá, na província de Cuneo, no norte da Itália, no dia 3 de maio de 1786. Foi o mais velho dos doze filhos de uma família cristã muito piedosa. Ele tinha apenas cinco anos quando sua mãe o viu medindo os quartos da casa com uma vara, para saber quantos doentes pobres caberiam neles. Dizia que, quando crescesse, queria encher sua casa com esses necessitados, fazendo dela "seu hospital". O episódio foi um gesto profético. Na cidade de Brá, ainda se conserva tal casa.
Com dezessete anos, ingressou no seminário e, aos vinte e cinco, se ordenou sacerdote na diocese de Turim. Seu ministério foi marcado por uma profunda compaixão pelos mais desprotegidos, esperando sempre a hora oportuna para concretizar os ideais de sua vocação.
Em 1837, padre José Benedito foi chamado para ministrar os sacramentos a uma mulher grávida, vítima de doença fatal. Ela estava morrendo e, mesmo assim, os hospitais não a internaram, alegando que não havia leitos disponíveis para os pobres. Ele nada pôde fazer. Entretanto, depois de ela ter morrido e ele ter confortado os familiares, o padre se retirou para rezar. Ao terminar as orações, mandou tocar os sinos e avisou a todos os fiéis que era chegada a hora de "ajudar a Providência Divina".
Alugou uma casa e conseguiu colocar nela leitos e remédios, onde passou a abrigar os doentes marginalizados, trabalhando, ele mesmo, como enfermeiro e buscando recursos para mantê-la, mas sem abandonar as funções de pároco. Era tão dedicado aos seus fiéis a ponto de rezar uma missa às três horas da madrugada para que os camponeses pudessem ir para seus campos de trabalho com a Palavra do Senhor cravada em seus corações.
Os políticos da cidade, incomodados com sua atuação, conseguiram fechar a casa. Mas ele não desistiu. Fundou a Congregação religiosa da Pequena Casa da Divina Providência e as Damas da Caridade ou Cotolenguinas, com a finalidade de servir os pequeninos, os deficientes e os doentes. Os fundos deveriam vir apenas das doações e da ajuda das pessoas simples. Padre José Benedito Cotolengo tinha como lema "caridade e confiança": fazer todo o bem possível e confiar sempre em Deus. Comprou uma hospedaria abandonada na periferia da cidade e reabriu-a com o nome de "Pequena Casa da Divina Providência".
Diante do Santíssimo Sacramento, padre José Benedito e todos os leigos e religiosos, que se uniram a ele nessa experiência de Deus, buscavam forças para bem servir os doentes desamparados, pois, como ele mesmo dizia: "Se soubesses quem são os pobres, vós os servirias de joelhos!". Morreu de fadiga, no dia 30 de abril de 1842, com cinqüenta e seis anos.
A primeira casa passou a receber todos os tipos de renegados: portadores de doenças contagiosas, físicas e psíquicas, em estado terminal ou não. Ainda hoje abriga quase vinte mil pessoas, servidas por cerca de oitocentas irmãs religiosas e voluntárias. A congregação pode ser encontrada nos cinco continentes, e continua como a primeira: sem receber ajuda do Estado ou de qualquer outra instituição. O padre José Benedito Cotolengo foi canonizado por Pio XI em 1934, e sua festa litúrgica ocorre no dia 30 de abril.

São Pio V
Antonio Miguel Ghislieri nasceu em 1504, em Bosco Marengo, na província de Alexandria, e, aos quatorze anos, já ingressara na congregação dos dominicanos. Depois que se ordenou sacerdote, sua carreira atravessou todas as etapas de maneira surpreendente. Foi professor, prior de convento, superior provincial, inquisidor em Como e Bérgamo, bispo de Sutri e Nepi, depois cardeal, grande inquisidor, bispo de Mondovi e, finalmente, papa, em 1566, tomando o nome de Pio V.
A melhor definição para o seu governo é a palavra incômodo, aliás, como é o governo de todos os grandes reformadores dos costumes. Assim que assumiu, foi procurado, em Roma, por dezenas de parentes. Não deu "emprego" a nenhum, afirmando, ainda, que um parente do papa, se não estiver na miséria, "já está bastante rico". Dessa maneira, acabou com o nepotismo na Igreja, um mal que até hoje afeta as comunidades no âmbito político. Implantou, ainda, outras mudanças no campo pastoral, aprovadas no Concílio de Trento: a obrigação de residência para os bispos, a clausura dos religiosos, o celibato e a santidade de vida dos sacerdotes, as visitas pastorais dos bispos, o incremento das missões e a censura das publicações, para que não contivessem material doutrinário não aprovado pela Igreja.
Depois de conseguir a união dos países católicos, com a conseqüente vitória sobre os turcos muçulmanos invasores, e de ter decretado a excomunhão e deposição da própria rainha da Inglaterra, Elisabeth I, o furacão se extinguiu. Papa Pio V morreu no dia primeiro de maio de 1572, sendo canonizado em 1712.
Sua memória, antes venerada em 5 de maio, a partir da reforma do calendário litúrgico, passou a ser festejada nesta data, 30 de abril.

domingo, 29 de abril de 2012

Evangelho do Dia - Domingo 29.04.2012

Primeira Leitura (Atos 4,8-12)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
8 Então Pedro, cheio do Espírito Santo, respondeu-lhes: "Chefes do povo e anciãos, ouvi-me: 
9 se hoje somos interrogados a respeito do benefício feito a um enfermo, e em que nome foi ele curado, 
10 ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: foi em nome de Jesus Cristo Nazareno, que vós crucificastes, mas que Deus ressuscitou dos mortos. Por ele é que esse homem se acha são, em pé, diante de vós. 
11 Esse Jesus, pedra que foi desprezada por vós, edificadores, tornou-se a pedra angular. 
12 Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos". 
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Segunda Leitura (1 João 3,1-2)
Leitura da primeira carta de são João.
3 1 Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não o conheceu. 
2 Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. 
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Evangelho (João 10,11-18)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
10 11 Disse Jesus: "Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas. 
12 O mercenário, porém, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e foge; o lobo rouba e dispersa as ovelhas. 
13 O mercenário, porém, foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas. 
14 Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim, 
15 como meu Pai me conhece e eu conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas. 
16 Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor. 
17 O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. 
18 Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai". 
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 29 de Abril

Santa Catarina de Sena
Catarina era apenas uma irmã leiga da Ordem Terceira Dominicana. Mesmo analfabeta, talvez tenha sido a figura feminina mais impressionante do cristianismo do segundo milênio. Nasceu em 25 de março de 1347, em Sena, na Itália. Seus pais eram muito pobres e ela era uma dos vinte e cinco filhos do casal. Fica fácil imaginar a infância conturbada que Catarina teve. Além de não poder estudar, cresceu franzina, fraca e viveu sempre doente. Mas, mesmo que não fosse assim tão debilitada, certamente a sua missão apostólica a teria fragilizado. Carregava no corpo os estigmas da Paixão de Cristo.
Desejando seguir o caminho da perfeição, aos sete anos de idade consagrou sua virgindade a Deus. Tinha visões durante as orações contemplativas e fazia rigorosas penitências, mesmo contra a oposição familiar. Aos quinze anos, Catarina ingressou na Ordem Terceira de São Domingos. Durante as orações contemplativas, envolvia-se em êxtase, de tal forma que só esse fato possibilitou que convertesse centenas de almas durante a juventude. Já adulta e atuante, começou por ditar cartas ao povo, orientando suas atitudes, convocando para a caridade, o entendimento e a paz. Foi então que enfrentou a primeira dificuldade que muitos achariam impossível de ser vencida: o cisma católico.
Dois papas disputavam o trono de Pedro, dividindo a Igreja e fazendo sofrer a população católica em todo o mundo. Ela viajou por toda a Itália e outros países, ditou cartas a reis, príncipes e governantes católicos, cardeais e bispos, e conseguiu que o papa legítimo, Urbano VI, retomasse sua posição e voltasse para Roma. Fazia setenta anos que o papado estava em Avignon e não em Roma, e a Cúria sofria influências francesas.
Outra dificuldade, intransponível para muitos, que enfrentou serenamente e com firmeza, foi a peste, que matou pelo menos um terço da população européia. Ela tanto lutou pelos doentes, tantos curou com as próprias mãos e orações, que converteu mais algumas centenas de pagãos. Suas atitudes não deixaram de causar perplexidade em seus contemporâneos. Estava à frente, muitos séculos, dos padrões de sua época, quando a participação da mulher na Igreja era quase nula ou inexistente.
Em meio a tudo isso, deixou obras literárias ditadas e editadas de alto valor histórico, místico e religioso, como o livro "Diálogo sobre a Divina Providência", lido, estudado e respeitado até hoje. Catarina de Sena morreu no dia 29 de abril de 1380, após sofrer um derrame aos trinta e três anos de idade. Sua cabeça está em Sena, onde se mantém sua casa, e seu corpo está em Roma, na Igreja de Santa Maria Sopra Minerva. Foi declarada "doutora da Igreja" pelo papa Paulo VI em 1970.

São Pedro de Verona
Pedro nasceu em Verona no ano de 1205. Seus pais eram hereges maniqueus, adeptos da doutrina religiosa herética do persa Mani, Manes ou Maniqueu, caracterizada pela concepção dualista do mundo, em que espírito e matéria representam, respectivamente, o bem e o mal.
Entretanto, o único colégio que havia no local era católico e lá o menino não só aprendeu as ciências da vida como os caminhos da alma. Pedro se converteu e se separou da família, indo para Bolonha para terminar os estudos. Ali acabava de ser fundada a Ordem dos Dominicanos, onde ele logo foi aceito, recebendo a missão de evangelizar. Foi o que fez, viajando por toda a Itália, espalhando suas palavras fortes e um discurso de fé que convertiam as massas. Todas as suas pregações eram acompanhadas de graças, que impressionavam toda comunidade por onde passava. E isso logo despertou a ira dos hereges.
Primeiro inventaram uma calúnia contra ele. Achando que aquilo era uma prova de Deus, Pedro não tentou provar inocência. Aguardou que Jesus achasse a hora certa de revelar a verdade. Foi afastado da pregação por um bom tempo, até que a mentira se desfez sozinha, e ele foi chamado de volta e aclamado pela comunidade.
Voltando às viagens evangelizadoras, seus inimigos o afrontaram de novo tentando provar que suas graças não passavam de um embuste. Um homem fingiu estar doente, e outro foi buscar Pedro. Este, percebendo logo o que se passava, rezou e pediu a Deus que, se o homem estivesse mesmo doente, ficasse curado. Mas, se a doença fosse falsa, então que ficasse doente de verdade. O maniqueu foi tomado por uma febre violentíssima, que só passou quando a armadilha foi confessada publicamente. Perdoado por Pedro, o homem se converteu na mesma hora. Pedro anunciou, ainda, não só o dia de sua morte, como as circunstâncias em que ela ocorreria. E, mesmo tendo esse conhecimento, não deixou de fazer a viagem que seria fatal.
No dia 29 de abril de 1252, indo da cidade de Como para Milão, foi morto com uma machadada por um maniqueu que o emboscou. O nome do assassino era Carin, que, mais tarde, confessou o crime e, cheio de remorso, se internou como penitente no convento dominicano de Forli.
Imediatamente, o seu culto se difundiu em meio a comoção e espanto dos fiéis, que passaram a visitar o seu túmulo, onde as graças aconteciam em profusão. Apenas onze meses depois, o papa Inocente IV canonizou-o, fixando a festa de são Pedro de Verona para o dia de sua morte.

sábado, 28 de abril de 2012

Evangelho do Dia - Sábado 28.04.2012

Evangelho (João 6,60-69)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 6 60 muitos dos discípulos de Jesus, ouvindo-o, disseram: "Isto é muito duro! Quem o pode admitir?" 
61 Sabendo Jesus que os discípulos murmuravam por isso, perguntou-lhes: "Isso vos escandaliza? 
62 Que será, quando virdes subir o Filho do Homem para onde ele estava antes?
63 O espírito é que vivifica, a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida. 
64 Mas há alguns entre vós que não creem". Pois desde o princípio Jesus sabia quais eram os que não criam e quem o havia de trair. 
65 Ele prosseguiu: "Por isso vos disse: Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lho for concedido". 
66 Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele. 
67 Então Jesus perguntou aos Doze: "Quereis vós também retirar-vos?" 
68 Respondeu-lhe Simão Pedro: "Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. 
69 E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!"
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 28 de Abril

Santo Agapito I 
O bispo eleito para suceder o pontífice João II, na cidade de Roma, foi Agapito I, que se consagrou no dia 13 de maio de 535. O seu pontificado durou apenas onze meses e dezoito dias.
Nesse tão curto período do seu governo, o papa Agapito I elevou as finanças da Igreja; tomou decisões doutrinais importantes para a correta compreensão dos fundamentos do cristianismo e lutou com energia pela defesa da fé e dos bons costumes. Ele mandou queimar as bulas de Bonifácio II, condenatórias das doutrinas de Dióscoro, e negou aos hereges re-convertidos que conservassem seus cargos e benefícios, como pretendia o imperador Justiniano. Enfim, foi um papa zeloso e defensor da tradição católica.
Também proibiu que os bispos das Gálias, atuais França e Espanha, vendessem os bens de suas igrejas, até mesmo em caso de extrema necessidade. Excomungou Antimo, o patriarca de Constantinopla, que havia alcançado o patriarcado graças às intrigas da imperatriz Teodora, e nomeou em seu lugar Mena, um bispo católico, homem de fé e saber. Como revelou o próprio papa Agapito I, numa carta a Pedro, bispo de Jerusalém; era a primeira vez, desde os tempos apostólicos, que uma Igreja Oriental recebia como patriarca um bispo consagrado pelo papa.
Fundou, em Roma, uma academia de Belas Letras e várias escolas para adultos e crianças pobres, e distinguiu-se por sua inesgotável caridade.
Por fim, o papa Agapito I viajou para Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, na qualidade de embaixador do rei, na esperança, logo tornada desilusão, de fazer cessar a desastrosa guerra greco-gótica da Itália, estourada em 535. Porém quase foi condenado ao exílio pelo imperador Justiniano, decidindo voltar para Roma. Ocorreu, entretanto, que o papa Agapito I foi acometido por uma grave enfermidade, morrendo logo em seguida, no dia 22 de abril de 536. Seu funeral foi tal como nunca se vira em Constantinopla, tanto para um bispo quanto para um imperador. O corpo de santo Agapito I, papa e confessor, foi transladado para o Vaticano e enterrado no dia 17 de setembro do mesmo ano, no pátio da catedral de São Pedro, em Roma.
A santidade do papa Agapito I sempre foi muito lembrada pelos escritos de são Gregório Magno. Ele que é reverenciado pela Igreja no dia 28 de abril, como consta do Martirológio Romano.


São Pedro Chanel 
 Pedro nasceu no dia 12 de julho de 1803, na pequena Cuet, França. Levado pelas mãos do zeloso pároco, iniciou os estudos no seminário local e, em 1824, foi para o de Bourg, onde três anos depois se ordenou sacerdote.
Desde jovem, queria ser missionário evangelizador, mas primeiro teve de trabalhar como pároco de Amberieu e Gex, pois havia carência de padres em sua pátria. Juntou-se a outros padres que tinham a mesma vocação e trabalhavam sob uma nova congregação, a dos maristas, dos quais foi um dos primeiros membros, e logo conseguiu embarcar para a Oceania, em 1827, na companhia de um irmão leigo, Nicézio.
Foi um trabalho lento e paciente. Os costumes eram muito diferentes, a cultura tão antagônica à do Ocidente, que primeiro ele teve de entender o povo para depois pregar a palavra de Cristo. Porém, assim que iniciou a evangelização, muitos jovens passaram a procurá-lo. O trabalho foi se expandindo e, logo, grande parte da população havia se convertido.
Ao perceber que vários membros de sua família haviam aderido ao cristianismo, Musumuso, o genro do cacique, matou Pedro Chanel a bordoadas de tacape. Era o dia 28 de abril de 1841.
Foi o fim da vida terrestre para o marista, entretanto a semente que plantara, Musumuso não poderia matar. Quando o missionário Pedro Chanel desembarcou na minúscula ilha de Futuna, um fragmento das ilhas Fiji entre o Equador e o Trópico de Capricórnio, não se pode dizer que o lugar fosse um paraíso.
A pequena ilha é dividida em duas por uma montanha central, e cada lado era habitado por uma tribo, que vivia em guerra permanente, uma contra a outra. Hoje o local é, sim, um paraíso para os milhares de turistas que a visitam anualmente e para a população, que é totalmente católica e vive na paz no Senhor.
E se hoje é assim, muito se deve à semente plantada pelo trabalho de Pedro Chanel, que por esse ideal deu seu testemunho de fé. O novo mártir cristão foi beatificado em 1889 e inscrito no Martirológio Romano em 1954, sendo declarado padroeiro da Oceania.

São Luís Maria Grignion de Montfort 
Luís Maria Grignion nasceu em Montfort, França, em 1673. Descendente de uma família cristã bem situada, recebeu uma excelente instrução e educação. Ainda menino, decidiu seguir o caminho da fé e vestiu o hábito de sacerdote em 1700.
Seu maior desejo era ser um missionário no Canadá, mas acabou sendo enviado a Poitiers, ali mesmo na França. Logo ficou famoso devido à sua preparação doutrinal e o discurso fácil e atraente. Todos queriam ouvir suas palavras, mas sua caridade era outra: cuidar de pacientes com doenças repugnantes.
A idéia de ser missionário não o abandonava. Mesmo contrariando seu superior, foi pedir permissão diretamente ao papa. Para tanto, fez uma viagem a pé, ida e volta, de Poitiers a Roma. Entretanto, o papa Clemente XI disse-lhe que havia urgência, naquele momento, em pregar aos franceses, que viviam sob o conflito entre Roma e a doutrina jansenista, uma nova heresia.
Luís Maria obedeceu e passou a pregar nas cidades e no meio rural e, quando necessário, confrontava os doutores jansenistas com discurso igualmente douto, munido de sua autoridade teológica. Ainda assim, sua linguagem era extremamente acessível aos mais humildes, adaptado ao seu cotidiano, à sensibilidade popular, combinada com o exemplo de uma conduta coerente e cristã. Usava de um discurso fraterno, convidando o povo a adorar e confiar num Jesus amigo, em vez de temê-lo como um rígido juiz. Outra característica muito importante de sua pregação era a devoção extremada a Maria Santíssima.
Embora a Igreja daquele tempo estivesse questionando certos aspectos do culto mariano, ele pregava a veneração sem excessos, firme e constante a Maria, a Mãe de Deus. Por meio dela é que Jesus fez o seu primeiro milagre nas bodas de Caná. Esse argumento, de fato, sempre esteve muito presente em todos os seus escritos e exortações, como o tratado da "Verdadeira devoção à Santa Virgem", e todos eles relacionados com a prática do Rosário. Seus textos foram publicados em 1842 e tornaram-se os fundamentos da piedade mariana. Em meados de 1712, Luís Maria de Montfort elaborou as Regras e fundou uma nova ordem masculina: a dos Missionários da Companhia de Maria.
Esses religiosos, chamados habitualmente de montfortianos, estenderam, aos poucos, as suas atividades pela Europa, América e África. Contudo seu fundador acompanhou apenas o seu início, porque morreu no dia 28 de abril de 1716, poucos anos depois de sua aprovação. Em 1947, o papa Pio XII proclamou-o santo.


Santa Joana (Gianna) Baretta Molla
Na família italiana dos Baretta de Milão, os treze filhos foram reduzidos a oito pela epidemia da gripe espanhola e por duas mortes ocorridas na primeira infância. Desses oito, saíram uma pianista, dois engenheiros, quatro médicos e uma farmacêutica. Um dos engenheiros, José, depois se fez sacerdote, e dois médicos fizeram-se religiosos missionários: madre Virgínia e padre Alberto.
Gianna Baretta, para nós Joana, a penúltima dos oito, nasceu no dia 4 de outubro de 1922 na cidade de Magenta, onde cresceu e se formou médica cirurgiã, com especialização em pediatria, concluída 1952. Porém preferiu exercer clínica geral, atendendo especialmente os velhos abandonados e carentes. Para ela, tudo era dever, tudo era sagrado: "Quem toca o corpo de um paciente, toca o corpo de Cristo", dizia.
Em 1955, ela se casa com Pedro Molla. O casal vive na tradição religiosa familiar: missa, oração e eucaristia, inserida com harmonia na Modernidade. Joana ama esquiar na neve, pintar e a música também. Ela freqüenta o teatro e os concertos com o marido, importante diretor industrial, sempre muito ocupado.
Residem em Magenta mesmo, onde Joana participa ativamente também da vida local da Associação Católica Feminina. Os retiros espirituais são momentos de forte interiorização e ela é a verdadeira colaboradora dessas novidades felizes da comunidade católica. Vive essa atribuição como sua missão de médica.
Nascem os filhos: Pedro Luiz , Maria Rita e Laura . No mês de setembro de 1961, no início da quarta gravidez, é hospitalizada e então é descoberto um fibroma no útero. Diante da gravidade, sempre mais evidente, do caso, a única perspectiva de sobreviver é renunciar à gravidez, para não deixar órfãos os três filhos. Mas Joana possui valores cristãos firmemente consolidados e coloca em primeiro lugar o direito à vida. E assim decide, com o preço da sua vida, ter o bebê.
Joana Emanuela nasce e sua mãe ainda a segura nos braços antes de morrer, no dia 28 de abril de 1962. Uma morte que é uma mensagem iluminada do amor em Cristo.
Após sua morte, o marido lê as anotações pessoais de Joana que antecediam os retiros espirituais, e descobre sua conexão indissolúvel com o amor, o sacrifício e a fé inabalável.
Ao proclamar santa Joana Baretta Molla, em 2004, o papa João Paulo II quis exaltar, juntamente com seu heroísmo final, a sua existência inteira, os ensinamentos de toda uma vida no seguimento de Jesus, exemplo para os casais modernos.
Joana Emanuela, a filha nascida do seu sacrifício, em pronunciamento nessa ocasião, disse: "Sinto em mim a força e a coragem de viver, sinto que a vida me sorri". Ela ainda disse que rende homenagem à mãe "dedicando a minha vida à cura e assistência aos anciãos".


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Evangelho do Dia - Sexta-Feira 27.04.2012

Evangelho (João 6,52-59)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, os judeus discutiam entre si, dizendo: 6 52 "Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?"
53 Então Jesus lhes disse: "Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. 
54 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. 
55 Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. 
56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 
57 Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim. 
58 Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente". 
59 Tal foi o ensinamento de Jesus na sinagoga de Cafarnaum.
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 27 de Abril

Santa Zita
Zita foi empregada doméstica durante trinta anos em Luca, na Itália. Hoje em dia, as comunidades de baixa renda sofrem grande injustiça social, principalmente quando trabalham em serviços domésticos, como ela, mas no século XIII as coisas eram bem piores.
Zita nasceu em 1218, no povoado de Monsagrati, próximo a Luca, e, como tantas outras meninas, ela foi colocada para trabalhar em casa de nobres ricos. Era a única forma de uma moça não se tornar um peso para a família, pobre e numerosa. Ela não ganharia salário, trabalharia praticamente como uma escrava, mas teria comida, roupa e, quem sabe, até um dote para conseguir um bom casamento, se a família que lhe desse acolhida se afeiçoasse a ela e tivesse interesse em vê-la casada.
Zita tinha apenas doze anos quando isso aconteceu. E a família para quem foi servir não costumava tratar bem seus criados. Ela sofreu muito, principalmente nos primeiros tempos. Era maltratada pelos patrões e pelos demais empregados. Porém agüentou tudo com humildade e fé, rezando muito e praticando muita caridade. Aliás, foi o que tornou Zita famosa entre os pobres: a caridade cristã. Tudo que ganhava dos patrões, um pouco de dinheiro, alimentos extras e roupas, dava aos necessitados. A conseqüência disso foi que, em pouco tempo, Zita dirigia a casa e comandava toda a criadagem. Conquistou a simpatia e a confiança dos patrões e a inveja de outros criados.
Certa vez, Zita foi acusada de estar dando pertences da despensa da casa para os mendigos, por uma das criadas que invejavam sua posição junto aos donos da mansão. Talvez não fosse verdade, mas dificilmente a moça poderia provar isso aos patrões. Assim, quando o patriarca da casa perguntou o que levava escondido no avental, ela respondeu: "são flores", e soltando o avental uma chuva delas cobriu os seus pés. Esta é uma de suas tradições mais antigas citadas pelos seus fervorosos devotos.
A sua vida foi uma obra de dedicação total aos pobres e doentes que durou até sua morte, no dia 27 de abril de 1278. Todavia, sua interferência a favor deles não terminou nesse dia. O seu túmulo, na basílica de São Frediano, conserva até hoje o seu corpo, que repousa intacto, como foi constatado na sua última exumação, em 1652, e se tornou um lugar de graças e de muitos milagres comprovados e aceitos. Acontecimentos que serviram para confirmar sua canonização em 1696, pelo papa Inocêncio XII.
Apesar da condição social humilde e desrespeitada, a vida de santa Zita marcou de tal forma a história da cidade que ela foi elevada à condição de sua padroeira. E foi uma vida tão exemplar que até Dante Alighieria a cita na Divina Comédia. O papa Pio XII proclamou-a padroeira das empregadas domésticas.

Tiago Alberione (Bem-Aventurado)
Padre Tiago Alberione, Fundador da Família Paulina, foi um dos mais carismáticos apóstolos do século XX. Nascido em San Lorenzo di Fossano (Cuneo), no dia 4 de abril de 1884, recebeu o batismo já no dia seguinte. A família Alberione, constituída por Miguel e Teresa Allocco e por seis filhos, era do meio rural, profundamente cristã e trabalhadora.
O pequeno Tiago, o quarto filho, desde cedo passa pela experiência do chamado de Deus: na primeira série do ensino primário, perguntado pela professora o que faria quando se tornasse adulto, ele responde: Vou tornar-me padre! Os anos da infância se encaminham nessa direção.
Com 16 anos, Tiago é recebido no Seminário de Alba. Desde logo se encontra com aquele que para ele será pai, guia, amigo e conselheiro por 46 anos: o cônego Francisco Chiesa.
No final do Ano Santo de 1900, já estimulado pela encíclica de Leão XIII Tametsi futura (Ainda que se trate de coisas futuras), Tiago vive a experiência decisiva de sua existência. Na noite de 31 de dezembro de 1900, noite que divide os dois séculos, põe-se a rezar por quatro horas diante do Santíssimo Sacramento e, na luz de Deus, projeta o seu futuro. Uma "luz especial" veio ao seu encontro, desprendendo-se da Hóstia e a partir daquele momento ele se sente "profundamente comprometido a fazer alguma coisa para o Senhor e para as pessoas do novo século": "o compromisso de servir à Igreja", valendo-se dos novos meios colocados à disposição pelo engenho humano.
No dia 29 de junho de 1907 foi ordenado sacerdote. Como passo seguinte, uma breve, mas significativa experiência pastoral em Narzole (Cuneo), na qualidade de vice-pároco. Lá encontra o bem jovem José Giaccardo, que para ele será o que foi Timóteo para o Apóstolo Paulo. Ainda em Narzole, Padre Alberione amadurece sua reflexão sobre o que pode fazer a mulher engajada no apostolado.
No Seminário de Alba desempenha o papel de Diretor Espiritual dos seminaristas maiores (filósofos e teólogos) e menores (estudantes do ensino médio), e de professor de diversas disciplinas. Dispõe-se a pregar, a catequizar, a dar conferências nas paróquias da diocese. Dedica também bastante tempo ao estudo da realidade da sociedade civil e eclesial do seu tempo e às novas necessidades que se projetam.
Conclui que o Senhor o convoca para uma nova missão: pregar o Evangelho a todos os povos, segundo o espírito do Apóstolo Paulo, usando os modernos meios da comunicação. Justificam essa direção os seus dois livros: Apontamentos de teologia pastoral (1912) e A mulher associada ao zelo sacerdotal (1911-1915).
Essa missão, para ser desenvolvida com carisma e continuidade, deve ser assumida por pessoas consagradas, considerando-se que "as obras de Deus se edificam mediante as pessoas que são de Deus". Desse modo, no dia 20 de agosto de 1914, enquanto em Roma morria o sumo pontífice, Pio X, em Alba, o Padre Alberione dava início à "Família Paulina" com a fundação da Pia Sociedade São Paulo. O começo é marcado pela extrema pobreza, em conformidade com a pedagogia divina: "inicia-se sempre no presépio".
A família humana - na qual o Padre Alberione se inspira - é constituída por irmãos e irmãs. A primeira mulher a seguir o Padre Alberione é uma moça de vinte anos, de Castagnito (Cuneo): Teresa Merlo. Com o apoio dela, Alberione dá início à congregação das Filhas de São Paulo (1915). Pouco a pouco, a "Família" cresce, as vocações masculinas e femininas aumentam, o apostolado toma seu curso e assume sua forma.
Em 1918 (dezembro) registra-se o primeiro envio das "filhas" para Susa: inicia-se uma história muito corajosa de fé e de empreendimento, que gera também um estilo característico, denominado (estilo) "paulino".Em 1923, quando o Padre Alberione adoece gravemente e o diagnóstico médico não sugere um quadro de esperanças, o Fundador, milagrosamente, retoma o caminho: "Foi São Paulo quem me curou", dirá em seguida. A partir daquele período aparece nas capelas paulinas a inscrição que em sonho ou em revelação o Divino Mestre dirige ao Fundador: Não temam - Eu estou com vocês - Daqui quero iluminar - Arrependam-se dos pecados.
No ano seguinte vem à luz a segunda congregação feminina: as Pias Discípulas do Divino Mestre, para o apostolado eucarístico, sacerdotal e litúrgico. Para orientá-las na nova vocação, Padre Alberione chama a jovem Irmã M. Escolástica Rivata, que morrerá nonagenária, em odor de santidade.
Ao mesmo tempo cresce o edifício espiritual: o Fundador inculca o espírito de dedicação mediante "devoções" de grande peso apostólico: a Jesus Mestre e Pastor "Verdade, Caminho e Vida"; a Maria Mãe, Mestra e Rainha dos Apóstolos; a São Paulo apóstolo. É exatamente a referência ao Apóstolo que caracteriza na Igreja as novas instituições como "Família Paulina". A meta que o Fundador quer que seja assumida como desafio primordial, é a conformidade plena com Cristo: abraçar por inteiro o Cristo Verdade Caminho e Vida em toda a pessoa, mente, vontade, coração e forças físicas. Diretriz sintetizada em um pequeno volume: Donec formetur Christus in vobis (1932).
Em outubro de 1938, Padre Alberione funda a terceira congregação feminina: as Irmãs de Jesus Bom Pastor ou "Pastorinhas", que se dedicam ao apostolado pastoral destinado a auxiliar os Pastores.
O desvelo do Fundador é sempre o mesmo: quer que todos entendam que "o primeiro cuidado da Família Paulina deve ser a santidade de vida, o segundo a pureza de doutrina". Sob essa luz deve ser entendido o seu projeto de uma enciclopédia sobre Jesus Mestre (1959).
O pequeno volume Abundantes divitiae gratiae suae (As abundantes riquezas da sua graça), é considerado como a "história carismática da Família Paulina". Família que foi se completando entre 1957 e 1960, com a fundação da quarta congregação feminina, o Instituto Rainha dos Apóstolos para as Vocações (Irmãs Apostolinas) e dos Institutos de vida secular consagrada: São Gabriel Arcanjo, Nossa Senhora da Anunciação, Jesus Sacerdote e Sagrada Família. Dez Instituições (inclusive os Cooperadores Paulinos) unidas entre si pelo mesmo ideal de santidade e de apostolado: viver e anunciar Jesus Cristo Caminho, Verdade e Vida.
Nos anos de 1962-1965, o Padre Alberione foi protagonista silencioso, mas atento do Concílio Vaticano II, cujas sessões ele participou diariamente.
Padre Alberione viveu 87 anos. No dia 26 de novembro de 1971 deixou a terra para assumir o seu lugar na Casa do Pai. As suas últimas horas tiveram o conforto da visita e da bênção do papa Paulo VI, que jamais ocultou a sua admiração e veneração pelo Padre Alberione. É sempre comovente o testemunho que deu na Audiência concedida à Família Paulina em 28 de junho de 1969 (o Fundador tinha 85 anos):
«Aí está ele: humilde, silencioso, incansável, sempre vigilante, sempre entretido com os seus pensamentos, que se mobilizam entre a oração e a ação, sempre atento para perscrutar os "sinais dos tempos".
Em 25 de junho de 1996 o papa João Paulo II assinou o Decreto por meio do qual eram reconhecidas as virtudes heróicas de Alberione.
Foi beatificado por João Paulo II, aos 27 de Abril de 2003, na Praça de S. Pedro, em Roma.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Evangelho do Dia - Quinta-Feira 26.04.2012

Evangelho (João 6,44-51)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 6 44 "Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu hei de ressuscitá-lo no último dia. 
45 Está escrito nos profetas: ´Todos serão ensinados por Deus´. Assim, todo aquele que ouviu o Pai e foi por ele instruído vem a mim. 
46 Não que alguém tenha visto o Pai, pois só aquele que vem de Deus, esse é que viu o Pai. 
47 Em verdade, em verdade vos digo: quem crê em mim tem a vida eterna. 
48 Eu sou o pão da vida. 
49 Vossos pais, no deserto, comeram o maná e morreram. 
50 Este é o pão que desceu do céu, para que não morra todo aquele que dele comer. 
51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo".
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 26.04.2012

Santo Anacleto 
Eis uma curiosidade com relação ao santo venerado nesta data: seus dados biográficos se embaralharam ao serem transcritos século após século.
Papa Anacleto teve sua vida contada como se ele "fosse dois": papa Anacleto e papa Cleto, comemorados em datas diferentes, 26 de abril e 13 de julho.
O engano, que passou também pelo cuidadoso Barônio, parece ter sido de um copista, que teria visto abreviado em alguma lista dos papas o nome de Anacleto por Cleto e julgou que deveria colocar novamente o nome apagado de Anacleto sem excluir a abreviação. Após a revisão dos anos 1960, como conseqüência dos estudos de Duchesne, verificou-se que se tratavam da mesma pessoa e a data de julho foi eliminada.
Ele foi o segundo sucessor de são Pedro e foi o terceiro papa da Igreja de Roma, governou entre os anos 76 e 88. Anacleto nasceu em Roma e, durante o seu pontificado, o imperador Domiciano desencadeou a segunda perseguição contra os cristãos.
Ele mandou construir uma memória, isto é, um pequeno templo na tumba de São Pedro. Morreu mártir no ano 88 e foi sepultado ao lado de são Pedro.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Evangelho do Dia - Quarta-Feira 25.04.2012

Evangelho (Marcos 16,15-20)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 16 15 disse Jesus aos seus onze discípulos: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. 
16 Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. 
17 Estes milagres acompanharão os que crerem: expulsarão os demônios em meu nome, falarão novas línguas, 
18 manusearão serpentes e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal; imporão as mãos aos enfermos e eles ficarão curados". 
19 Depois que o Senhor Jesus lhes falou, foi levado ao céu e está sentado à direita de Deus. 
20 Os discípulos partiram e pregaram por toda parte. O Senhor cooperava com eles e confirmava a sua palavra com os milagres que a acompanhavam. 
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 25 de Abril

São Marcos
O evangelho de são Marcos é o mais curto se comparado aos demais, mas traz uma visão toda especial, de quem conviveu e acompanhou a paixão de Jesus quando era ainda criança.
Ele pregou quando seus apóstolos se espalhavam pelo mundo, transmitindo para o papel, principalmente, as pregações de são Pedro, embora tenha sido também assistente de são Paulo e são Barnabé, de quem era sobrinho.
Marcos, ou João Marcos, era judeu, da tribo de Levi, filho de Maria de Jerusalém, e, segundo os historiadores, teria sido batizado pelo próprio são Pedro, fazendo parte de uma das primeiras famílias cristãs de Jerusalém. Ainda menino, viu sua casa tornar-se um ponto de encontro e reunião dos apóstolos e cristãos primitivos. Foi na sua casa, aliás, que Cristo celebrou a última ceia, quando instituiu a eucaristia, e foi nela, também, que os apóstolos receberam a visita do Espírito Santo, após a ressurreição.
Mais tarde, Marcos acompanhou são Pedro a Roma, quando o jovem começou, então, a preparar o segundo evangelho. Nessa piedosa cidade, prestou serviço também a são Paulo, em sua primeira prisão. Tanto que, quando foi preso pela segunda vez, Paulo escreveu a Timóteo e pediu que este trouxesse seu colaborador, no caso, Marcos, a Roma, para ajudá-lo no apostolado.
Ele escreveu o Evangelho a pedido dos fiéis romanos e segundo os ensinamentos que possuía de são Pedro, em pessoa. O qual, além de aprová-lo, ordenou sua leitura nas igrejas.
Seu relato começa pela missão de João Batista, cuja "voz clama no deserto". Daí ser representado com um leão aos seus pés, porque o leão, um dos animais símbolos da visão do profeta Ezequiel, faz estremecer o deserto com seus rugidos.
Levando seu Evangelho, partiu para sua missão apostólica. Diz a tradição que são Marcos, depois da morte de são Pedro e são Paulo, ainda viajou para pregar no Chipre, na Ásia Menor e no Egito, especialmente na Alexandria, onde fundou uma das igrejas que mais floresceram.
Ainda segundo a tradição, ele foi martirizado no dia da Páscoa, enquanto celebrava o santo sacrifício da missa. Mais tarde, as suas relíquias foram trasladadas pelos mercadores italianos para Veneza, cidade que é sua guardiã e que tomou são Marcos como padroeiro desde o ano 828.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Evangelho do Dia - Terça-Feira 24.04.2012

Evangelho (João 6,30-35)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 6 30 perguntaram eles: "Que milagre fazes tu, para que o vejamos e creiamos em ti? Qual é a tua obra? 
31 Nossos pais comeram o maná no deserto, segundo o que está escrito: ´Deu-lhes de comer o pão vindo do céu´". 
32 Jesus respondeu-lhes: "Em verdade, em verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu, mas o meu Pai é quem vos dá o verdadeiro pão do céu; 
33 porque o pão de Deus é o pão que desce do céu e dá vida ao mundo". 
34 Disseram-lhe: "Senhor, dá-nos sempre deste pão!"
35 Jesus replicou: "Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede".
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 24 de Abril

São Fidelis de Sigmaringen
Ele nasceu numa família de nobres em 1577, na cidade de Sigmaringen, na Alemanha, e foi batizado com o nome de Marcos Reyd. Na Universidade de Friburgo, na Suíça, estudou filosofia, direito civil e canônico, onde se formou professor e advogado em 1601.
Durante alguns anos, exerceu a profissão de advogado em Colmar, na Alsácia, recebendo o apelido de "advogado dos pobres", porque não se negava a trabalhar gratuitamente aos que não tinham dinheiro para lhe pagar.
Até os trinta e quatro anos, não tinha ainda encontrado seu caminho definitivo, até que, em 1612, abandonou tudo e se tornou sacerdote. Ingressou na Ordem dos Frades Menores dos Capuchinhos de Friburgo, vestindo o hábito e tomando o nome de Fidelis. Escreveu muito, e esses numerosos registros o fizeram um dos mestres da espiritualidade franciscana.
Como era intelectual atuante, acabou assumindo missões importantes em favor da Igreja e, a mando pessoal do papa Gregório XV, foi enviado à Suíça, a fim de combater a heresia calvinista. Acusado de espionagem a serviço do imperador austríaco, os calvinistas tramaram a sua morte, que ocorreu após uma missa em Grusch, na qual pronunciara um fervoroso sermão pela disciplina e obediência dos cristãos à Santa Sé.
Em suas anotações, foi encontrado um bilhete escrito dez dias antes de sua morte, dizendo que sabia que seria assassinado, mas que morreria com alegria por amor a Nosso Senhor Jesus Cristo.
Quando foi ferido, por um golpe de espada, pelos inimigos, pôs-se de joelhos, perdoou os seus assassinos e, rezando, abençoou a todos antes de morrer, no dia 24 de abril de 1622.
O papa Bento XIV canonizou são Fidelis de Sigmaringen em 1724.

São Bento Menni
Ângelo Hércules Menni nasceu no dia 11 de março de 1841, em Milão, na Itália, sendo o quinto dos quinze irmãos. A família do casal de negociantes Luiz e Luiza era de cristãos fervorosos, onde se rezava o Rosário todas as noites, se praticava a caridade e todos os sacramentos.
Foi esse ambiente familiar, somado a quatro episódios, que fizeram o jovem Ângelo optar por tornar-se um sacerdote. Foram eles: a oração diária diante de um quadro de Maria, a Santíssima Mãe de Jesus; alguns exercícios espirituais aos dezessete anos de idade; os conselhos de um eremita de sua cidade natal; e o exemplo dos irmãos de São João de Deus tratando os soldados que chegavam à estação de Milão, feridos na batalha de Magenta, serviço que ele próprio praticou.
Aos dezenove anos de idade, entrou na Ordem Hospitaleira de São João de Deus, trocando o nome de batismo pelo de Bento. Iniciou os estudos filosóficos e teológicos no Seminário de Lodi e depois foi concluí-los no Colégio Romano, atual Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Foi ordenado sacerdote em 1866.
Nessa ocasião, o papa Pio IX confiou-lhe a difícil missão de restaurar a Ordem Hospitaleira na Espanha; aliás, a escolha não poderia ter sido mais feliz. Este jovem religioso, que tinha apenas vinte e cinco anos, chegou em Barcelona em 1867. Ali começou a restauração da Ordem, que tinha sido suprimida pelo liberalismo, tanto na Espanha como em Portugal. Depois de dar nova vida à Ordem na Espanha, continuou com a sua restauração em Portugal e no México, já no princípio do século XX.
Bento foi um homem de generosidade e caridade inesgotáveis e de excepcionais predicados de comando e administração. Em 31 de maio de 1881, juntamente com duas religiosas, fundou a Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, especializada na assistência aos doentes psiquiátricos.
Estava em Paris quanto adoeceu, vindo a falecer no dia 24 de abril de 1914, na cidade de Dinan. As suas relíquias mortais estão guardadas na capela da Casa-mãe de Ciempozuelos, em Madri, Espanha.
Em 1985, o papa João Paulo II declarou-o beato, e, em 1999, o mesmo pontífice canonizou são Bento Menni, proclamando-o "profeta da hospitalidade".

Santa Maria Eufrásia Pelletier
Batizada com o nome de Rosa Virginia Pelletier, ela nasceu na ilha de Noirmontier, região da Vandea, França, no dia 31 de julho de 1796. Cresceu onde foi o centro da Revolução Francesa, sendo educada pelas ursulinas de Chavanhe e, depois, freqüentou o Instituto da Associação Cristã de Tours.
Aos dezesseis anos, entrou no mosteiro de Tours, na Ordem de Nossa Senhora da Caridade do Refúgio, fundada, em 1641, por são João Eudes, destinada à reabilitação das jovens e das mulheres em perigo moral e para a reeducação cristã de todas que lá pediam abrigo e proteção.
Em 1817, fez os votos de profissão de fé e tomou o nome de Maria de Santa Eufrásia e, aos vinte e nove anos, foi nomeada superiora desse mosteiro. Ali fundou a Obra das "Madalenas", onde as moças que voltavam para o caminho correto podiam aderir à vida religiosa, nos moldes das carmelitas, seguindo relativamente o Regulamento, vestindo o hábito e tendo uma ala própria no mosteiro.
Em 1829, fundou, em Angers, um novo Refúgio, nome usado pelas carmelitas para designar uma Casa da sua ordem, do qual se tornou superiora depois de dois anos. Dessa forma, deu um grande impulso para a continuação do trabalho de redenção das moças no desvio da vida. Assim, a Casa de Angers tornou-se a Casa-mãe de uma organização paralela à ordem de Nossa Senhora da Caridade, submetida a essa ordem, mas com mosteiros com autonomia separada.
Estava fundada a Ordem de Nossa Senhora do Bom Pastor, da qual se tornou a superiora geral até o fim da vida. Ela encontrou muitas resistências, porém, em 1835, o papa Gregório XVI, que concordava com ela, aprovou a nova ordem.
A sua obra foi tão vigorosa que Maria Eufrásia fundou mais Casas do que todos os fundadores de ordens da Igreja. Foram 111 entre 1829 e 1868, ano em que morreu, vitimada por um tumor que lhe causou muito sofrimento, no dia 24 de abril.
Foi beatificada em 1933 e canonizada sete anos depois. Uma estátua de santa Maria Eufrásia Pelletier foi colocada na basílica de São Pedro, no Vaticano, com muita justiça entre os grandes fundadores de ordens da Igreja. Sua festa é realizada no dia de sua morte.

Maria Isabel Hesselblad
Maria Isabel Hesselblad nasceu no dia 4 de junho de 1870, na cidade de Faglavik, na Suécia. Foi a quinta dos treze filhos do casal Augusto Roberto e Caisa, uma família luterana muito pobre. Desde a sua adolescência, ao ver suas amigas freqüentando diversas igrejas, questionava-se qual seria o único rebanho a que se referia o evangelho de São João.
Para ajudar a manter sua família, aos dezesseis anos de idade trabalhava como doméstica e, dois anos depois, emigrou para os Estados Unidos, onde adoeceu. Nessa ocasião, fez uma promessa a Jesus: caso ficasse curada, tornar-se-ia enfermeira. E de fato assim aconteceu, passando a trabalhar como enfermeira num hospital de Nova Iorque. O contato com os doentes católicos e o grande desejo de encontrar a verdade mantiveram viva na sua alma a busca do rebanho de Cristo.
A oração, o estudo e a devoção filial para com a Virgem Maria, o exemplo visto no hospital católico e a influência decisiva do padre jesuíta João Hagen, do convento da Visitação, de Washington, que se tornou seu diretor espiritual, fazendo-a estudar com paixão a doutrina cristã, levaram-na a abraçar o catolicismo. Assim, por opção, foi batizada "sob condição", nesse mesmo convento, no dia 15 de agosto de 1902.
Dois anos depois, foi para Roma, onde recebeu a confirmação e ali, com muita clareza, compreendeu que sua missão seria trabalhar pela unidade dos cristãos. Sentiu que o caminho seria pela Ordem de Santa Brígida da Suécia, Casa que visitou e de onde saiu profundamente impressionada. Lá, enquanto rezava, sentiu que Deus lhe dizia: "É aqui que desejo que te ponhas ao meu serviço".
No dia 25 de março de 1904, estabeleceu-se definitivamente em Roma e, com uma especial permissão do papa Pio X, vestiu o hábito brigidino na Casa de Santa Brígida, então ocupada pelas carmelitas. No dia 9 de setembro de 1911, começando com três jovens postulantes inglesas, restabeleceu a Ordem do Santíssimo Salvador e de Santa Brígida, com a missão de orar e trabalhar, de modo especial, pela união dos cristãos na Escandinávia com a Igreja católica. Desde o início, incutiu nas suas filhas espirituais a necessidade da união dos cristãos, o amor à Igreja e ao papa romano, a necessidade de orar para que haja um único rebanho e um só pastor. Restabeleceu a Casa de Santa Brígida na Suécia em 1923, na Itália em 1931 e a expandiu para a Índia em 1937.
Viveu como pioneira do diálogo ecumênico até o dia 24 de abril de 1957, quando morreu após uma longa vida, marcada pelo sofrimento e pela doença. O papa João Paulo II beatificou-a em 2000, em Roma.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Evangelho do Dia - Segunda-Feira 23.04.2012

Evangelho (João 6,22-29)
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
6 22 No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar percebeu que Jesus não tinha subido com seus discípulos na única barca que lá estava, mas que eles tinham partido sozinhos. 
23 Nesse meio tempo, outras barcas chegaram de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças. 
24 E, reparando a multidão que nem Jesus nem os seus discípulos estavam ali, entrou nas barcas e foi até Cafarnaum à sua procura. 
25 Encontrando-o na outra margem do lago, perguntaram-lhe: "Mestre, quando chegaste aqui?" 
26 Respondeu-lhes Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo: buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos. 
27 Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu sinal". 
28 Perguntaram-lhe: "Que faremos para praticar as obras de Deus?" 
29 Respondeu-lhes Jesus: "A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou".
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 23 de Abril

São Jorge
A existência do popularíssimo são Jorge, por vezes, foi colocada em dúvida. Talvez porque sua história sempre tenha sido mistura entre as tradições cristãs e lendas, difundidas pelos próprios fiéis espalhados entre os quatro cantos do planeta.
Contudo encontramos na Palestina os registros oficiais de seu testemunho de fé. O seu túmulo está situado na cidade de Lida, próxima de Tel Aviv, Israel, onde foi decapitado no século IV, e é local de peregrinação desde essa época, não sendo interrompida nem mesmo durante o período das cruzadas. Ele foi escolhido como o padroeiro de Gênova, de várias cidades da Espanha, Portugal, Lituânia e Inglaterra e um sem número de localidades no mundo todo. Até hoje, possui muitos devotos fervorosos em todos os países católicos, inclusive no Brasil.
A sua imagem de jovem guerreiro, montado no cavalo branco e enfrentando um terrível dragão, obviamente reporta às várias lendas que narram esse feito extraordinário. A maioria delas diz que uma pequena cidade era atacada periodicamente pelo animal, que habitava um lago próximo e fazia dezenas de vítimas com seu hálito de fogo. Para que a população inteira não fosse destruída pelo dragão, a cidade lhe oferecia vítimas jovens, sorteadas a cada ataque.
Certo dia, chegou a vez da filha do rei, que foi levada pelo soberano em prantos à margem do lago. De repente, apareceu o jovem guerreiro e matou o dragão, salvando a princesa. Ou melhor, não o matou, mas o transformou em dócil cordeirinho, que foi levado pela jovem numa corrente para dentro da cidade. Ali, o valoroso herói informou que vinha da Capadócia, chamava-se Jorge e acabara com o mal em nome de Jesus Cristo, levando a comunidade inteira à conversão.
De fato, o que se sabe é que o soldado Jorge foi denunciado como cristão, preso, julgado e condenado à morte. Entretanto o momento do martírio também é cercado de muitas tradições. Conta a voz popular que ele foi cruelmente torturado, mas não sentiu dor. Foi então enterrado vivo, mas nada sofreu. Ainda teve de caminhar descalço sobre brasas, depois jogado e arrastado sobre elas, e mesmo assim nenhuma lesão danificou seu corpo, sendo então decapitado pelos assustados torturadores. Jorge teria levado centenas de pessoas à conversão pela resistência ao sofrimento e à morte. Até mesmo a mulher do então imperador romano.
São Jorge virou um símbolo de força e fé no enfrentamento do mal através dos tempos e principalmente nos dias atuais, onde a violência impera em todas as situações de nossas vidas. Seu rito litúrgico é oficializado pela Igreja católica e nunca esteve suspenso, como erroneamente chegou a ser divulgado nos anos 1960, quando sua celebração passou a ser facultativa. A festa acontece no dia 23 de abril, tanto no Ocidente como no Oriente

Santo Adalberto
Adalberto nasceu em 956, na Boêmia, atual República Checa, e era descendente da nobre família dos príncipes de Slavnik. Seu nome de batismo era Woytiech, isto é, "socorro do exército". Ainda bebê, adoeceu gravemente, gerando uma promessa por parte dos pais: teria sua vida consagrada a Deus. Como recuperou a saúde, eles encaminharam seus estudos de forma que, mais tarde, se tornasse sacerdote. Foi educado pelo arcebispo Adalberto, da cidade de Magdeburgo, do qual tomou o nome, em 983, durante sua ordenação.
Nesse mesmo ano, acompanhou a agonia do bispo de Praga, Diethmar I, que morreu pouco tempo depois. Seus contemporâneos o elegeram seu sucessor e, em sinal de humildade e de penitência, entrou na cidade descalço. Assim que tomou posse, procurou reestruturar a diocese. Adalberto dedicou-se totalmente à proteção dos pobres e doentes.
Diz a tradição que ele, todos os dias, tinha à mesa, nas refeições, a companhia de doze mendigos, em homenagem aos santos apóstolos . Conta-se que, certa vez, uma mendiga pediu-lhe esmola e, como não tinha, ele lhe deu o próprio manto. Apesar desse exemplo vivo, seu rebanho insistia em viver totalmente fora dos padrões cristãos.
Desiludido, depois de seis anos ele resolveu abandonar a diocese, pedindo ao papa João XV que o afastasse do cargo. Entrou no mosteiro de São Bonifácio, onde passou cinco anos, para de novo voltar a Praga e retomar, a pedido do papa, a direção da diocese. Contudo, novamente o povo o repudiou por causa da disciplina cristã correta que queria instaurar. Novamente decepcionado, retomou, angustiado, a vida de monge.
Em obediência ao papa Gregório V, Adalberto assumiu pela terceira vez a diocese de Praga. Seu regresso foi tempestuoso. Os fiéis se revoltaram e impediram que entrasse na cidade. Seus parentes sofreram atentados, os bens foram confiscados, os castelos incendiados.
Ele, então, se refugiou na Polônia, onde, a pedido de seu amigo, duque Boleslao, seguiu com alguns sacerdotes em missão evangelizadora na Prússia, que ainda era pagã. Adalberto fixou-se na cidade de Danzig e converteu praticamente toda a população. Porém os sacerdotes pagãos, vendo acabar seu poder e influência, arquitetaram e executaram o assassinato de Adalberto e de todos os religiosos que o acompanhavam.
Ele foi morto com sete golpes de lança e depois decapitado, na cidade de Tenkiten, no dia 23 de abril de 997. Os inimigos entregaram seu corpo ao duque Boleslao mediante pagamento em ouro. Adalberto foi enterrado no convento de Gniezno. Logo o seu túmulo se tornou meta de peregrinação, com inúmeras graças acontecendo por sua intercessão. No ano 999, o papa Silvestre II canonizou o primeiro bispo eslavo de Praga, Adalberto.
Em 1039, suas relíquias foram trasladadas definitivamente para a catedral de Praga, para onde o primeiro pontífice eslavo da história cristã, Carol Wojtyla, ou papa João Paulo II, seguiu em peregrinação para as comemorações do milênio da festa de santo Adalberto.

domingo, 22 de abril de 2012

Evangelho do Dia - Domingo 22.04.2012

Primeira Leitura (Atos 3,13-15.17-19)
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo: 3 13 "O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos pais glorificou seu servo Jesus, que vós entregastes e negastes perante Pilatos, quando este resolvera soltá-lo. 
14 Mas vós renegastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um homicida. 
15 Matastes o Príncipe da vida, mas Deus o ressuscitou dentre os mortos: disso nós somos testemunhas. 
17 Agora, irmãos, sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos chefes. 
18 Deus, porém, assim cumpriu o que já antes anunciara pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo devia padecer. 
19 Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos para serem apagados os vossos pecados. 
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus. 

Segunda Leitura (1 João 2,1-5)
Leitura da primeira carta de são João. 
2 1 Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. 
2 Ele é a expiação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. 
3 Eis como sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos. 
4 Aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. 
5 Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos nele.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus. 

Evangelho (Lucas 24,13-35) 
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor. 
24 35 Os dois discípulos, por sua parte, contaram o que lhes havia acontecido no caminho e como o tinham reconhecido ao partir o pão. 
36 Enquanto ainda falavam dessas coisas, Jesus apresentou-se no meio deles e disse-lhes: "A paz esteja convosco!"
37 Perturbados e espantados, pensaram estar vendo um espírito. 
38 Mas ele lhes disse: "Por que estais perturbados, e por que essas dúvidas nos vossos corações? 
39 Vede minhas mãos e meus pés, sou eu mesmo; apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho". 
40 E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. 
41 Mas, vacilando eles ainda e estando transportados de alegria, perguntou: "Tendes aqui alguma coisa para comer?" 
42 Então ofereceram-lhe um pedaço de peixe assado. 
43 Ele tomou e comeu à vista deles. 
44 Depois lhes disse: "Isto é o que vos dizia quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos profetas e nos Salmos". 
45 Abriu-lhes então o espírito, para que compreendessem as Escrituras, dizendo: 
46 "Assim é que está escrito, e assim era necessário que Cristo padecesse, mas que ressurgisse dos mortos ao terceiro dia. 
47 E que em seu nome se pregasse a penitência e a remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 
48 Vós sois as testemunhas de tudo isso". 
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 22 de Abril

São Caio
No livro dos papas da Igreja, encontramos registrado que o papa Caio nasceu na Dalmácia, atual território da Bósnia, de família cristã da nobreza romana, ligada por parentesco ao imperador Diocleciano, irmão do padre Gabino e tio de Suzana, ambos canonizados.
Caio foi eleito no dia 17 de dezembro de 283. Governou a Igreja durante treze anos, num período de longa trégua nas perseguições anticristãs, que já vinham sendo bem atenuadas. Também ocorria uma maior abertura na obtenção de concessões para as construções de novas igrejas, bem como para as ampliações dos cemitérios cristãos. Ele contou com a ajuda de seu irmão, padre Gabino, e da sobrinha Suzana, que se havia consagrado a Cristo.
Antes de ser escolhido papa, os dois irmãos sacerdotes tinham transformado em igreja a casa em que residiam. Lá, ouviam os aflitos, pecadores; auxiliavam os pobres e doentes; celebravam as missas, distribuíam a eucaristia e ministravam os sacramentos do batismo e do matrimônio. Isso porque a Igreja não tinha direito à propriedade, pois não era reconhecida pelo Império.
O grande contratempo enfrentado pelo papa Caio deu-se no âmbito interno do próprio clero, devido à crescente multiplicação de heresias, criando uma grande confusão aos devotos cristãos. A última, pela ordem cronológica, na época, foi a de "Mitra". Esta heresia era do tipo maniqueísta, de origem asiática, pela qual Deus assumia em si a contraposição celeste da luz e da treva. Tal heresia e outras ele baniu por completo, criando harmonia entre os cristãos.
Conforme antigos escritos da Igreja, apesar do parentesco com o imperador o papa se recusou a ajudar Diocleciano, que pretendia receber a sobrinha dele como sua futura nora Segundo se verificou nos antigos escritos, esse teria sido o motivo da ira do soberano ao assinar o severo decreto que mandou matar todos os cristãos, começando pelos três parentes.
Papa Caio morreu decapitado em 22 de abril de 296. A Igreja confirmou a sua santificação e o seu martírio, até pelo fato de Diocleciano ter encerrado por completo as perseguições somente no ano 303.
As suas relíquias foram depositadas primeiro no cemitério de São Calisto. Depois, em 631, foram trasladadas para a igreja que foi erguida no local da casa onde ele viveu, em Roma. A Igreja o reverencia com o culto litúrgico marcado para o dia de sua morte.


São Sotero
Poucas são as informações biográficas de Sotero. Foi papa entre 166 e 175, período em que ser cristão era muito difícil e perigoso. Ele foi eleito o sucessor do papa Aniceto, que morreu em 165. Nasceu na cidade de Fondi, na Campânia, Itália, e seu pai se chamava Concórdio. 
Durante o seu pontificado, a Igreja ampliou-se bastante. Ele mesmo ordenou inúmeros diáconos, sacerdotes e bispos; e seu pontificado foi exemplar. Disciplinou, por meio das leis canônicas, a participação das mulheres na Igreja, que até então não tinham seu caminho muito bem definido. Mas, sobretudo, o papa Sotero combateu com grande valentia e coragem as heresias que pairavam sobre a Igreja dos tempos iniciais do cristianismo.
No seu tempo, foi extinta a heresia de Montano, que propunha um exagerado rigor de costumes. Era uma doutrina de medo e de pessimismo, porque o fim do mundo sempre poderia acontecer a qualquer momento. Supondo isso, todos os cristãos deveriam viver numa santidade irreal, renunciando ao matrimônio e buscando o sofrimento da penitência constante, porque, segundo Montano, a Igreja não tinha faculdades para perdoar os pecados. Essa doutrina, que também era defendida por Tertuliano e, principalmente, Novaciano, foi condenada pela Igreja na época do papa Sotero.
Ele defendeu a doutrina ensinada por Jesus Cristo e que a Igreja sempre continuou praticando, ou seja, que para o pecador verdadeiramente arrependido não existe pecado, por maior que seja, a que não se possa conceder o perdão. Assim, desapareceu o clima de rigor e pessimismo que tanto atormentava os cristãos, tão contrário ao da doutrina do Evangelho, que prega o amor, o perdão, a alegria e a esperança.
Outra característica do papa Sotero foi sua ardente caridade para com os necessitados. Ele desejava que se vivesse como os primeiros cristãos, citados nos textos dos apóstolos, onde "tudo era comum entre eles" e onde "todos eram um só coração e uma só alma..." Papa Sotero pedia esmolas para as dioceses mais ricas, para que fossem distribuídas entre as mais pobres e esforçava-se "por tratar a todos com palavras e obras, como um pai trata os seus filhos".
Ele foi um eloquente defensor dos cristãos perseguidos e deixou isso registrado na carta que enviou especialmente para os de Corinto. Os vestígios dela foram encontrados quando Eusébio de Cesareia entregou a ele a eufórica resposta de Dionísio, em agradecimento pelo conforto que o valoroso papa levou aos corações aflitos pela morte iminente.
Provavelmente, foi este corajoso apoio que levou ao martírio o papa Sotero, que morreu em 20 ou 22 de abril de 175, pela perseguição do imperador Marco Aurélio. Segundo uma antiga tradição, mantida pela Igreja, são Sotero é homenageado no dia 22 de abril.

sábado, 21 de abril de 2012

Evangelho do Dia - Sábado 21.04.2012

Evangelho (João 6,16-21) 
— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor! 
6 16 Chegada a tarde, os seus discípulos desceram à margem do lago. 
17 Subindo a uma barca, atravessaram o lago rumo a Cafarnaum. Era já escuro, e Jesus ainda não se tinha reunido a eles. 
18 O mar, entretanto, se agitava, porque soprava um vento rijo. 
19 Tendo eles remado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram Jesus que se aproximava da barca, andando sobre as águas, e ficaram atemorizados. 
20 Mas ele lhes disse: "Sou eu, não temais". 
21 Quiseram recebê-lo na barca, mas pouco depois a barca chegou ao seu destino.
— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 21 de Abril

Santo Anselmo
Anselmo fugiu de casa para poder tornar-se um religioso. Para ele o significado do ato ia além de abandonar a proteção paterna, significava esquecer toda a fortuna e influência que sua família possuía.
Anselmo nasceu em Aosta, no norte da Itália, em 1033, e seu pai freqüentava as rodas da nobreza reinante. Por isso projetou para o filho uma carreira que manteria e até aumentaria a fortuna do clã, razão pela qual se opunha rigidamente à vontade do filho de tornar-se sacerdote. Como Anselmo perdera a mãe muito cedo, e tinha um coração doce e manso, como registram os escritos, fez a vontade do pai até os vinte anos.
Mas, dentro de si, a tristeza crescia. Anselmo queria dedicar-se de corpo e alma à sua fé, contrária à vida mundana de festas em meio ao luxo e à riqueza. Estudava com os beneditinos e sua vocação o chamava a todo instante. Assim, um dia não aguentou mais e fugiu de casa.
Vagou pela Borgonha e pela França até chegar à Normandia, onde, então, se entregou aos estudos religiosos, sob a orientação do monge Lanfranco. Em pouco tempo, ordenou-se e formou-se teólogo. Tão rapidamente quanto sua alma desejava, viu-se eleito abade do mosteiro e professor. Passou, então, a pregar pelas redondezas e, como o cargo o permitia, a liderar a implantação de uma grande reforma monástica.
Como seu trabalho lhe trouxe renome, passou a influenciar intelectualmente na sua época, tanto espiritual quanto materialmente, por meio do que escrevia. Foram tantos os escritos deixados por ele que é considerado o fundador da ciência teológica no Ocidente.
Chegou a arcebispo-primaz da Inglaterra. Conta-se que enfrentou duras perseguições do rei Guilherme, o Vermelho, e de Henrique I. Mas tinha a fala tão mansa e argumentos tão pacíficos que com eles desarmava seus inimigos e virava o jogo a seu favor.
Anselmo morreu em Canterbury, com setenta e seis anos, no dia 21 de abril de 1109, e foi declarado "doutor da Igreja" pelo papa Clemente XI em 1720.

Santo Apolônio 
Não foram muitos os senadores romanos que colocaram em risco não só o tipo de vida que levavam, luxo, poder e riqueza, mas também a própria vida por abraçarem a fé em Cristo, da qual o Império era inimigo ferrenho.
O senador Apolônio gozava de enorme prestígio entre os poderosos da cidade e do Império no ano 180. Era considerado um intelectual muito bem informado e formado, inteligente, além de ter reputação de grande orador, tudo isso aliado ao fino trato social que o distinguia dos demais. Pois foi justamente sua cultura e sabedoria que fizeram com que começasse a ler o Novo Testamento, vindo a mudar de opinião quanto ao cristianismo, e passasse a imitar a vida austera e exemplar dos cristãos. Acabou fazendo contato pessoal com o papa Eleutério, que o catequizou e batizou pessoalmente.
O imperador da época era Cômodo, um indivíduo até indulgente para com os católicos, mas as leis que vigoravam ainda eram as editadas por Nero. Sabendo disso, seus inimigos, que, segundo os registros escritos, tinham, na verdade, inveja do respeito com que ele era tratado na sociedade romana, denunciaram o senador Apolônio como cristão, e ele foi levado à presença do juiz Perenis.
O juiz, conhecedor dos talentos de Apolônio, propôs que ele apenas renunciasse à condição de cristão e pronto, estaria em liberdade. Mas o recém-batizado, em resposta, pregou com tanta seriedade e entusiasmo, que quase converteu ali mesmo outros membros do governo e do parlamento. Percebendo o perigo que o Império corria, o juiz rapidamente determinou a sentença de morte.
Mas não adiantou muito, mesmo depois de ter a cabeça decepada, a postura do mártir Apolônio levou durante muito tempo centenas de cidadãos romanos a se converterem ao cristianismo, entusiasmando os próprios integrantes do poder pagão dos idólatras.
Santo Apolônio morreu no ano 185 e o Martirológio Romano celebra sua veneração litúrgica no dia 21 de abril.

São Conrado de Parzham   
João Birndorfer era o penúltimo dos dez filhos de Bartolomeu e Gertrudes, um casal de alemães católicos de profunda fé, que nasceu na pequena aldeia de Parzhan, em 1818, na Baixa Baviera.
Iniciou sua vida de oração, humildade e caridade quando ainda era menino e chamava a atenção pelos longos momentos em que permanecia em contemplação e penitência. Devemos ressaltar esses "longos momentos", que eram, na verdade, todo o tempo em que não estava na escola ou trabalhando com os pais nas propriedades rurais que a família possuía no vale do Rott, em Passavia.
João tinha quatorze anos quando perdeu a mãe. Dois anos depois, ficou órfão também de pai e resolveu entregar-se de vez à religião. Até os trinta e um anos de idade, permaneceu trabalhando com a família nos campos, mas, sentindo-se chamado à vida religiosa, entrou para o mosteiro-santuário dos capuchinhos de Santa Ana em Altoetting, onde vestiu o hábito de monge e assumiu o nome de Conrado, depois de dividir toda a sua fortuna com os pobres. Os anos que restaram de sua vida foram vividos trabalhando na mais completa humildade como porteiro daquele mosteiro-santuário.
Foram quarenta e três anos de dedicação ao próximo, principalmente quando se tratava de desamparados, mendigos, doentes, viúvas, crianças órfãs etc. Devoto de Maria e da eucaristia, era dotado de muitos dons, dentre os quais o que mais se destacava era o da profecia. O mosteiro de Santa Ana recebia, anualmente, milhares de romeiros que procuravam o santuário ali existente e todos voltavam para suas terras louvando o conforto espiritual e a ajuda material que recebiam de Conrado.
Ele, no seu ministério de evangelização quase silencioso, provocou um despertar de fé na região, cooperando com a obra benéfica em favor da infância abandonada e perigosa, conhecida na época com o nome de Liebeswerk, ganhando em vida a fama de santidade.
Morreu em 1894, após longos anos de jejum e penitências numa vida, à primeira vista, rude, mas que era pautada na simplicidade cristã, paciente e operosa, voltada para o amor ao próximo na figura de Jesus Crucificado, da Virgem Santíssima e da santa eucaristia.
Aprovados os milagres atribuídos à sua intercessão, depois de sua morte, o papa Pio XI beatificou-o em 1930 e, depois de uma rapidez insólita no processo de canonização, em 1934 ele próprio o inscreveu no livro dos santos. A festa litúrgica de são Conrado acontece no dia 21 de abril, dia de sua morte.