quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Evangelho do Dia - Quarta-Feira 30.11.2011

Evangelho (Mateus 4,18-22)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!
4 18 Jesus, caminhando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
19 E disse-lhes: "Vinde após mim e vos farei pescadores de homens".
20 Na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram.
21 Passando adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, que estavam com seu pai Zebedeu consertando as redes. Chamou-os,
22 e eles abandonaram a barca e seu pai e o seguiram.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 30 de Novembro

Santo André
Entre os Doze apóstolos de Cristo, André foi o primeiro a ser seu discípulo. Além de ser apontado por eles próprios como o "número dois", depois, somente, de Pedro. Na lista dos apóstolos, pela ordem está entre os quatro primeiros. Morava em Cafarnaum, era discípulo de João Batista, filho de Jonas de Betsaida, irmão de Simão-Pedro e ambos eram pescadores no mar da Galiléia.
Foi levado por João Batista à verde planície de Jericó, juntamente com João Evangelista, para conhecer Jesus. Ele passava. E o visionário profeta indicou-o e disse a célebre frase: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". André, então, começou a segui-lo.
A seguir, André levou o irmão Simão-Pedro a conhecer Jesus, afirmando: "Encontramos o Messias". Assim, tornou-se, também, o primeiro dos apóstolos a recrutar novos discípulos para o Senhor. Aparece no episódio da multiplicação dos pães: depois da resposta de Filipe, André indica a Jesus um jovem que possuía os únicos alimentos ali presentes: cinco pães e dois peixes.
Pouco antes da morte do Redentor, aparece o discípulo André ao lado de Filipe, como um de grande autoridade. Pois é a ele que Filipe se dirige quando certos gregos pedem para ver o Senhor, e ambos contaram a Jesus.
André participou da vida publica de Jesus, estava presente na última ceia, viu o Cristo Ressuscitado, testemunhou a Ascenção e recebeu o primeiro Pentecostes. Ajudou a sedimentar a Igreja de Cristo a partir da Palestina, mas as localidades e regiões por onde pregou não sabemos com exatidão.
Alguns historiadores citam que depois de Jerusalém foi evangelizar na Galiléia, Cítia, Etiópia, Trácia e, finalmente, na Grécia. Nessa última, formou um grande rebanho e pôde fundar a comunidade cristã de Patras, na Acaia, um dos modelos de Igreja nos primeiros tempos. Mas foi lá, também, que acabou martirizado nas mãos do inimigo, Egéas, governador e juiz romano local.
André ousou não obedecer à autoridade do governador, desafiando-o a reconhecer em Jesus um juiz acima dele. Mais ainda, clamou que os deuses pagãos não passavam de demônios. Egéas não hesitou e condenou-o à crucificação. Para espanto dos carrascos, aceitou com alegria a sentença, afirmando que, se temesse o martírio, não estaria "pregando a grandeza da cruz, onde morreu Jesus".
Ficou dois dias pregado numa cruz em forma de "X"; antes, porém, despojou-se de suas vestes e bens, doando-os aos algozes. Conta a tradição que, um pouco antes de André morrer, foi possível ver uma grande luz envolvendo-o e apagando-se a seguir. Tudo ocorreu sob o império de Nero, em 30 de novembro do ano 60, data que toda a cristandade guarda para sua festa.
O imperador Constantino trasladou, em 357, de Patos para Constantinopla, as relíquias mortais de santo André, Apóstolo. Elas foram levadas para Roma, onde permanecem até hoje, na Catedral de Amalfi, só no século XIII. Santo André, Apóstolo, é celebrado como padroeiro da Rússia e Escócia.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Evangelho do Dia - Terça-Feira 29.11.2011

Evangelho (Lucas 10,21-24)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
10 21 Naquele mesma hora, Jesus exultou de alegria no Espírito Santo e disse: "Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado.
22 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar".
23 E voltou-se para os seus discípulos, e disse: "Ditosos os olhos que vêem o que vós vedes,
24 pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 29 Novembro

São Saturnino de Toulouse
De origem grega, são Saturnino é uma das devoções mais populares na França e na Espanha. A confirmação de sua vida emergiu junto com a descoberta de importantes escritos do cristianismo produzidos entre os anos 430 e 450. Conhecidos como a "Paixão de Saturnino", trouxeram dados enriquecedores sobre a primitiva Igreja de Cristo na Gália, futura França.
Esses documentos apontam Saturnino como primeiro bispo de Toulouse nos anos 250, sob o consulado de Décio. Era uma época em que a Igreja, naquela região, contava com poucas comunidades cristãs. Estava desorganizada desde 177, com o grande massacre dos mártires de Lyon. O número de fiéis diminuía sempre mais, enquanto nos dos templos pagãos as filas para prestar sacrifícios aos deuses parecia aumentar.
O relato continua dizendo que Saturnino, após uma peregrinação pela Terra Santa, iniciara a sua missão de evangelização no Egito, onde converteu um bom número de pagãos. Foi, então, para Roma e, fazendo uma longa viagem por vales e montanhas, atingiu a Gália.
Por onde andou, pregava com fervor, convertendo quase todos os habitantes que encontrava ao cristianismo. Consta que ele ordenou o futuro são Honesto e juntos foram para a Espanha, onde teria, também, batizado o agora são Firmino. Depois, regressou para Toulouse, mas antes consagrou o primeiro como bispo de Pamplona e o segundo para assumir a diocese de Amiens.
Saturnino fixou-se em Toulouse e logo foi consagrado como seu primeiro bispo. Embora houvesse um decreto do imperador proibindo e punindo com a morte quem participasse de missas ou mesmo de simples reuniões cristãs, Saturnino liderou os que o ignoravam. Continuou com o santo sacrifício da missa, a comunhão e a leitura do Evangelho.
Assim, ele e outros quarenta e oito cristãos acabaram descobertos reunidos e celebrando a missa num domingo. Foram presos e julgados no Capitólio de Toulouse. O juiz ordenou que o bispo Saturnino, uma autoridade da religião cristã, sacrificasse um touro em honra a Júpiter, deus pagão, para convencer os demais. Como se recusou, foi amarrado pelos pés ao pescoço do animal, que o arrastou pela escadaria do templo. Morreu com os membros esfacelados.
O seu corpo foi recolhido e sepultado por duas cristãs. No local, um século mais tarde, são Hilário construiu uma capela de madeira, que logo foi destruída. Mas as suas relíquias foram encontradas, no século VI, por um duque francês, que mandou, então, erguer a belíssima igreja dedicada a ele, chamada, em francês, de Saint Sernin du Taur, que existe até hoje com o nome de Nossa Senhora de Taur. O culto ao mártir são Saturnino, bispo de Toulouse, foi confirmado e mantido pela Igreja em 29 de novembro.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Evangelho do Dia - Segunda-Feira 28.11.2011

Evangelho (Mateus 8,5-11)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 8 5 entrou Jesus em Cafarnaum. Um centurião veio a ele e lhe fez esta súplica:
6 "Senhor, meu servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre muito".
7 Disse-lhe Jesus: "Eu irei e o curarei".
8 Respondeu o centurião: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado.
9 Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: ´Vai´, e ele vai; a outro: ´Vem´, e ele vem; e a meu servo: ´Faze isto´, e ele o faz.".
10 Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: "Em verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel.
11 Por isso, eu vos declaro que multidões virão do Oriente e do Ocidente e se assentarão no Reino dos céus com Abraão, Isaac e Jacó".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja católica - 28 de Novembro

São Tiago das Marcas
Nasceu em Monteprandone, na província de Ascoli Piceni, região de Le Marche ou das Marcas, Itália, no ano de 1394. Seu nome de batismo era Domingos Gangali. Órfão ainda criança, foi educado pelo tio, que o conduziu sabiamente no seguimento de Cristo. Estudou em Perugia, onde se diplomou em direito civil junto com o grande João de Capistrano, agora santo.
Decidiu deixar a profissão para ingressar na Ordem dos Franciscanos, onde estudou teologia e ordenou-se sacerdote. Quando vestiu o hábito, tomou o nome de Tiago, que logo foi completado com o "das Marcas", em razão de sua origem. Foi discípulo de outro santo e seu contemporâneo da Ordem, Bernardino de Sena, que se destacava como o maior pregador daquela época, tal qual conhecemos.
Também Tiago das Marcas consagrou toda a sua vida à pregação. Percorreu toda a Itália, a Polônia, a Boêmia, a Bósnia e depois foi para a Hungria, obedecendo a uma ordem direta de Roma. Permanecia num lugar apenas o tempo suficiente para construir um mosteiro novo ou, num já existente, restabelecer a observância genuína da Regra da Ordem Franciscana.
Depois, partia em busca de novo desafio ou para cumprir uma das delicadas missões em favor da Igreja, para as quais era enviado especialmente, como fizeram os papas Eugênio IV, Nicolau V e Calisto III. Participou na incursão da cruzada de 1437 para expulsar os invasores turcos muçulmanos. Humilde e reto nos princípios de Cristo, nunca almejou galgar postos na Igreja, chegando a recusar o cargo de bispo de Milão.
Viveu em extrema penitência e oração, oferecendo seu sacrifício a Deus para o bem da humanidade sempre tão necessitada de misericórdia. Mas os severos e freqüentes jejuns a que se submetia minaram seu organismo, chegando a receber o sacramento da unção dos enfermos seis vezes. Mesmo assim, chegou à idade de oitenta anos.
Faleceu em Nápoles, pedindo perdão aos irmãos franciscanos pelo mau exemplo que foi a sua vida. Era o dia 28 de novembro de 1476. Seu corpo foi sepultado na igreja de Santa Maria Nova, daquela cidade. A sua biografia mostra muitos relatos dos prodígios operados por sua intercessão, tanto em vida quanto após a morte. O papa Bento XIII canonizou Tiago das Marcas em 1726 e marcou o dia de sua morte para a celebração de sua lembrança.

domingo, 27 de novembro de 2011

Evangelho do Dia - Domingo 27.11.2011

Primeira Leitura (Is 63,16b-17.19b;64,2b-7)
Leitura do livro do Profeta Isaías
16Senhor, tu és nosso Pai, nosso redentor; eterno é o teu nome. 17Como nos deixaste andar longe de teus caminhos e endureceste nossos corações para não termos o teu temor? Por amor de teus servos, das tribos de tua herança, volta atrás. 19Ah! se rompesses os céus e descesses! As montanhas se desmanchariam diante de ti. 2Desceste, pois, e as montanhas se derreteram diante de ti. 3Nunca se ouviu dizer nem chegou aos ouvidos de ninguém, jamais olhos viram que um Deus, exceto tu, tenha feito tanto pelos que nele esperam. 4Vens ao encontro de quem pratica a justiça com alegria, de quem se lembra de ti em teus caminhos. Tu te irritaste, porque nós pecamos; é nos caminhos de outrora que seremos salvos. 5Todos nós nos tornamos imundície, e todas as nossas boas obras são como um pano sujo; murchamos todos como folhas, e nossas maldades empurram-nos como o vento. 6Não há quem invoque teu nome, quem se levante para encontrar-se contigo, escondeste de nós tua face e nos entregaste à mercê da nossa maldade. 7Assim mesmo, Senhor, tu és nosso pai, nós somos barro; tu, nosso oleiro, e nós todos, obra de tuas mãos.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Segunda Leitgura (1Cor 1,3-9)
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
Irmãos, 3para vós, graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 4Dou graças a Deus sempre a vosso respeito, por causa da graça que Deus vos concedeu em Cristo Jesus: 5Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, 6à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós. 7Assim, não tendes falta de nenhum dom, vós que aguardais a revelação do Senhor nosso, Jesus Cristo. 8É ele também que vos dará perseverança em vosso procedimento irrepreensível, até ao fim, até ao dia de nosso Senhor, Jesus Cristo. 9Deus é fiel; por ele fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Evangelho (Mc 13,33-37)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 33“Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. 34É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando. 35Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. 36Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. 37O que vos digo, digo a todos: Vigiai!”
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

Santos do Dia da Igreja Católica - 27 de Novembro

São Virgílio
Foi um dos grandes missionários irlandeses do período medieval e um dos maiores viajantes da importante ilha católica, ao lado dos santos Columbano, Quiliano e Gallo.
Nasceu na primeira década do século VIII e foi batizado com o nome de Fergal, depois traduzido para o latim como Virgilio. Católico, na juventude voltou-se para a vida religiosa, tornou-se monge e, a seguir, abade do Mosteiro de Aghaboe, na Irlanda. Deixou a ilha em peregrinação evangelizadora em 743 e não mais voltou.
Morou algum tempo no reino dos francos, quando o rei era Pepino, o Breve, que lhe pedira para organizar um centro cultural. Mas problemas políticos surgiram na região da Baviera, agregada aos seus domínios. Lá, o duque era Odilon, que pediu a Pepino para enviar Virgilio para a Abadia de São Pedro de Salzburg, atual Áustria. E logo depois Odilon nomeou Virgilio como bispo daquela diocese.
Ocorre que, na época, são Bonifácio, o chamado apóstolo da Alemanha, atuava como representante do papa na região, e caberia a ele essa indicação e não a Odilon. O que o desagradou não foi a escolha de Virgilio, mas o fato de ter sido feita por Odilon. Ambos nutriam entre si uma profunda divergência no campo doutrinal e Virgilio participava do mesmo entendimento de Odilon. Essa situação perdurou até a morte de são Bonifácio, quando, e só então, ele pôde ser consagrado bispo de Salzsburg.
Mas Virgílio era homem de fé fortalecida e de vasta cultura, dominava como poucos as ciências matemáticas, ganhando, mesmo, o apelido de "o Geômetra" em seu tempo. Viveu oito séculos antes de Galileu e Copérnico e já sabia que a Terra era redonda, o que na ocasião e em princípio era uma heresia cristã. Foi para Roma para se justificar com o papa, deixou a ciência de lado e abraçou integralmente o seu apostolado a serviço do Reino de Deus como poucos bispos consagrados o fizeram. Revolucionou a diocese de Salzburg com o seu testemunho e converteu aquele rebanho para a redenção de Cristo, aproveitando-se do interesse político do rei.
Em 755, um ano após a morte de são Bonifácio, Virgílio foi consagrado bispo de Salzburg. Continuou evangelizando a Áustria de norte a sul, inclusive uma parte do norte da Hungria. Fundou e restaurou mosteiros e igrejas, com isso construiu o primeiro catálogo e crônica dos mosteiros beneditinos.
Morreu e foi sepultado na Abadia de Salzburg, Áustria, em 27 de novembro de 784, em meio à forte comoção dos fiéis, que transformaram essa data a de sua tradicional festa. Séculos depois, suas relíquias foram trasladadas para a bela Catedral de Salzburg. Em 1233, foi canonizado, e o dia de sua festa mantido. São Virgílio foi proclamado padroeiro de Salzburg.

sábado, 26 de novembro de 2011

Evangelho do Dia - Sábado 26.11.2011

Evangelho (Lucas 21,34-36)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 21 34 disse Jesus aos seus discípulos: "Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso.
35 Como um laço cairá sobre aqueles que habitam a face de toda a terra.
36 Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 26 de Novembro

São Leonardo de Porto Maurício
Paulo Jerônimo nasceu em 1676, em Porto Maurício, atual Impéria, Itália. Filho do capitão da marinha Domingos Casanova, ficou órfão ainda muito pequeno. Foi, então, levado a Roma para concluir os estudos no Colégio Romano. Depois, foi para o Retiro de São Boaventura, onde entrou para a Ordem Franciscana e vestiu o hábito tomando o nome de frei Leonardo.
Atuou como sacerdote a maior parte da vida em Florença. Era um empolgante pregador, principalmente quando escolhia como tema a Paixão de Cristo. Percorreu toda a Itália exercendo esse ministério e, com isso, escreveu muitas obras de grande valor para os pregadores e para os fiéis. Santo Afonso de Ligório, seu contemporâneo, dizia que ele era o maior missionário daquele século. O papa também usou para a Igreja os dons de Leonardo, quando o enviou para uma delicada missão na ilha de Córsega. Tinha de restabelecer a concórdia entre os cidadãos. Apesar das graves divisões entre eles, Leonardo conseguiu um inacreditável abraço de paz.
Também é considerado o salvador do Coliseu, ao promover pela primeira vez a liturgia da Via-Sacra naquele local que definiu como santificado, pelos martírios dos cristãos. Por esse motivo, a interpretação da Paixão de Cristo foi reproduzida, no jubileu de 1750, no Coliseu, cujas ruínas eram dilapidadas e suas pedras arrancadas para servirem em outras construções. A celebração da Via-Sacra em seu interior tornou-se tradição e a histórica construção passou a ser preservada. A tradição permanece, pois até hoje o próprio pontífice, toda Sexta-Feira da Paixão, faz a Via-Sacra no Coliseu, em Roma.
Frei Leonardo era, também, muito devoto de Nossa Senhora e queria que a Igreja assumisse o dogma da Imaculada Conceição de Maria. Lutou muito pelas suas idéias doutrinais e convenceu o papa Bento XIV de que era necessário convocar um concílio para discutir o assunto e depois proclamar esse dogma.
Não viu este dia, mas deixou uma célebre carta profética, onde previa que isso iria acontecer, como de fato ocorreu, em 1854. Frei Leonardo morreu, em 1751, no seu querido Retiro de São Boaventura de Palatino, Roma. Na ocasião, tal era sua fama de santidade que o próprio papa Bento XIV foi ajoelhar-se diante de seu corpo.
Papa Pio XI o declarou padroeiro dos sacerdotes que se consagram às missões populares no mundo. São Leonardo de Porto Maurício é celebrado, no dia de sua morte, também como padroeiro da sua cidade de origem, atual Impéria.

Santo Humilde de Bisignano
Luca Antonio, seu nome de batismo, nasceu na cidade de Bisignano, província de Cosenza, Itália, em 26 de agosto de 1582. Pertencia a uma família muito pobre e muito cristã. Desde a mais tenra idade, o menino manifestou sua admirável piedade. Todos os dias ia à missa, comungava, rezava e meditava a Paixão do Senhor, tornando-se modelo de virtude para todos os que o conheciam.
Aos dezoito anos, sentiu que sua real vocação estava na vida religiosa, mas por vários motivos teve de esperar nove anos para poder realizar os seus santos propósitos, levando, entretanto, uma vida ainda mais disciplinada a fim de conseguir seus objetivos. Finalmente, aos vinte e sete anos, entrou no noviciado dos Frades Menores de Mesuraca, tomando o nome de frei Humilde, emitindo a profissão em 1610.
Desde jovem, tinha o dom de contínuos êxtases contemplativos, motivo pelo qual era chamado de "o frade extático". A partir de 1613, esses dons se tornaram públicos e por isso seus superiores o submeteram a uma longa série de provas e humilhações para certificarem-se se eles provinham, realmente, de Deus. Mas essas provas, felizmente suportadas, só vieram aumentar sua fama de santidade junto aos irmãos e ao povo.
Outros dons particulares foram atribuídos a Humilde: a perscrutação dos corações, a profecia, as intercessões em milagres e, sobretudo, a ciência infusa. Apesar de ser analfabeto, dava respostas sobre as Sagradas Escrituras e sobre qualquer outro tema da doutrina católica que faziam admirar insignes teólogos. A esse propósito, Humilde foi experimentado por uma assembléia de sacerdotes seculares e regulares, com propostas de dúvidas e objeções, às quais respondeu de maneira muito satisfatória. Portanto, é fácil compreender a estima de que era universalmente rodeado.
Frei Humilde gozou da confiança dos sumos pontífices Gregório XV e Urbano VIII, que o chamaram ao Vaticano e se beneficiaram com suas orações e conselhos. Permaneceu em Roma por muitos anos, sendo hóspede no Convento de São Francisco, em Ripa, e, durante alguns meses, no de Santo Isidoro. Por volta de 1628, Humilde apresentou um pedido para poder ir como missionário aos países dos infiéis muçulmanos, porém obteve resposta negativa dos superiores, tendo de continuar na Itália.
As orações de Humilde eram simples, porém suas preces eram sempre dedicadas ao bem da humanidade e à paz universal. Apesar de ser muito estimado por todos, ele se humilhava, continuamente, perante Deus, por considerar-se um grande pecador. Disse, certa vez, ao papa Gregório XV: "Enquanto todas as criaturas louvam e bendizem ao Senhor, eu sou o único que o ofende". Ele faleceu no dia 26 de novembro de 1637, na sua cidade natal, onde passou os seus últimos anos de vida. Beatificado em 1882, foi somente em 2002 que o papa João Paulo II declarou santo Humilde de Bisignano, cuja festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.

São Silveste
Silvestre Guzzolini nasceu numa família de nobres, na pequena Osimo, na Itália, em 1177. Os pais, Gislério e Branca, deram ao filho uma boa formação religiosa, não poupando os esforços para que Silvestre seguisse a carreira como jurista.
Estudou direito na Universidades de Bolonha. Mas decidiu abandonar o curso para estudar teologia em Pádua. Ordenou-se sacerdote em sua cidade natal, tornando-se, em seguida, cônego da catedral.
Mais tarde, em 1227, quando já estava com cinqüenta anos de idade, decidiu retirar-se para a vida eremítica numa gruta perto de Frassassi. A fama de sua santidade e de sua grande espiritualidade fez chegar outros religiosos com a mesma aspiração ascética. Assim, uma nova comunidade monástica se formava.
Silvestre logo teve de procurar um local maior, por causa do grande número de monges lá agrupados. Foram, então, para uma localidade próxima chamada Montefano, onde, em 1231, fundou a Congregação Beneditina masculina, mais tarde chamada dos monges silvestrinos, da qual o fundador se tornou o abade.
Ele era, de fato, uma alma contemplativa, desejosa de coerência evangélica, por isso tornou-se eremita. Praticou uma vida monástica rigorosa e amadureceu uma profunda e forte espiritualidade. Escolheu a Regra de são Bento porque desejava constituir uma nova família religiosa dedicada à contemplação, mas que não abandonasse a realidade social à sua volta.
Silveste, de fato, unia ao recolhimento o apostolado de uma sublime paternidade espiritual e a pregação do Evangelho às populações da região. Morreu na santidade no Ermo de Montefano, Itália, em 26 de novembro de 1267.
Sobre sólidas bases a Congregação percorreu mais de oito séculos de história da Igreja, ultrapassando muitas dificuldades. Na metade do século XIX, atravessou os horizontes europeus, levando pela primeira vez a Regra beneditina à Ásia, para a ilha de Ceilão, hoje Sri Lanka. No século XX apareceram novas fundações nos Estados Unidos da América, na Austrália, na Índia e, recentemente, nas Filipinas.
Em virtude desse florescimento que continua a dar valorosos frutos apostólicos e missionários e com mosteiros nos quatro continentes, a Congregação dos silvestrinos pôde ganhar o título de internacional. São Silvestre, abade, é celebrado no dia de sua morte.

Tiago Alberione (Bem-Aventurado)
Na noite da passagem do século, 31 de dezembro de 1900 para 1o de janeiro de 1901, o jovem seminarista permanece quatro horas em oração na catedral de Alba (Itália). Uma luz vem do Tabernáculo e o envolve.
- "Fazer alguma coisa por Deus e pelas pessoas do novo século, com as quais conviveria!" Sente fortemente o convite e o apelo de Deus.
O mundo passava por profundas mudanças sociais e tecnológicas, era necessário utilizar as novas descobertas, as novas forças do progresso para fazer o bem, para evangelizar.
O jovem seminarista, com apenas dezesseis anos, era Tiago Alberione, futuro fundador da Família Paulina, que nunca deixou que essa chama luminosa se apagasse em sua vida.
Alberione nasceu em 4 de abril de 1884, em São Lourenço de Fossano, norte da Itália, de uma família de camponeses simples e laboriosos. Vinte quatro horas após o nascimento, foi batizado e recebeu o nome de "Tiago".
Buscando melhores terras para a lavoura, a família Alberione mudou para a cidade de Cherasco, onde Tiago passou sua infância e adolescência. Foi lá que se manifestou a vocação para o sacerdócio.
- Quero ser padre! foi a resposta que deu à professora, Rosina Cardona, que perguntava aos seus oitenta alunos o que queriam ser quando crescessem.
A resposta, que poderia parecer impensada, veio de um menino de bom coração e piedoso. Com o passar do tempo, a vocação fortificou-se e ele foi encaminhado para o seminário, onde não perdia tempo e procurava aprender de todos e de tudo. Inquietavam Alberione as transformações que aconteciam na sociedade e os apelos do papa, Leão XIII, para que todos se voltassem para Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, salvação da humanidade.
Foi ordenado sacerdote no dia 29 de junho de 1907, com vinte e três anos de idade. Todas as organizações de renovação existentes, então, na Igreja foram acolhidas por padre Alberione, que participou, ativamente, dos movimentos: missionário, litúrgico, pastoral, social, bíblico, teológico e, mais tarde, do movimento ecumênico. Em todos os movimentos Alberione-profeta vislumbrava espaços carentes de evangelização e atualização.
Impulsionado pelo Espírito Santo, tornou realidade sua intuição carismática com a fundação de várias congregações e institutos para, juntos, anunciar Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, com os meios da comunicação social. Padres e irmãos Paulinos em 1914; Irmãs Paulinas em 1915; Discípulas do Divino Mestre em 1924; Irmãs Pastorinhas em 1938; e Irmãs Apostolinas em 1957. Fundou, também, os institutos seculares de Nossa Senhora da Anunciação e São Gabriel Arcanjo em 1958; os institutos Jesus Sacerdote e Sagrada Família em 1959; além da Associação dos Cooperadores Leigos em 1917. Hoje, os membros dessas fundações estão presentes em todos os continentes mostrando que é possível santificar-se e comunicar, a todas as pessoas, Jesus Cristo com os meios técnicos e eletrônicos.
Após a fundação dos dois primeiros ramos - Paulinos e Paulinas - a vida de Alberione fundiu-se com suas obras nascentes. Acompanhava de perto a vida de seus filhos e filhas da Itália e do exterior com numerosas e prolongadas viagens. Preocupava-se não só com fundações e organizações, mas principalmente com a formação e a vida religiosa de seus seguidores, apesar do conturbado contexto histórico em que viveu: duas grandes guerras, revolução industrial, conflagrações nacionalistas e sociais, emancipação dos operários e da mulher, além de crises institucionais na família e na Igreja.
Padre Tiago Alberione, jamais esmoreceu, continuou firme na sua fé, acreditando que a obra que realizava era querida e abençoada por Deus. Com humildade e coragem, o fundador da Família Paulina, o profeta e o apóstolo de uma evangelização moderna chegou ao fim de seus dias em 26 de novembro de 1971, aos oitenta e sete anos.
O reconhecimento da santidade de Alberione já acontecera antes da declaração oficial da Igreja, especialmente com algumas declarações de dois papas seus amigos: o bem-aventurado João XXIII e Paulo VI. "Padre Alberione, veio ao meu encontro" - dizia o "papa bom". "Parecia-me ver a humildade personificada. Ele, sim, éi um grande homem!" E Paulo VI, na audiência concedida aos Paulinos em 27 de novembro de 1974, recordava: "Lembro-me do encontro edificante com padre Alberione, ajoelhado, em profunda humildade. Este é um homem, direi, que está entre as maravilhas do nosso século".
O processo de beatificação percorreu um longo caminho. Após a morte de Alberione, foram apresentados à Igreja documentos sobre sua vida, sua missão apostólica e suas fundações, assim como documentos sobre sua santidade.
Baseados em um meticuloso exame desses elementos e reconhecidas as virtudes praticadas em grau heróico pelo servo de Deus, padre Tiago Alberione, o papa João Paulo II, em 25 de junho de 1996, declarou-o "venerável".
Passaram-se sete anos à espera de um milagre que fosse reconhecido como autêntico pela Igreja. E o milagre chegou.
A cura milagrosa atribuída ao padre Tiago Alberione, que o conduziu à beatificação, salvou Maria Librada Gonzáles Rodriguez, uma mexicana de Guadalajara. Em 1989, ela foi internada por causa de uma insuficiência respiratória provocada por uma tromboembolia pulmonar, com muitas crises. Pedindo a Deus a cura por intercessão de padre Alberione, doze dias depois teve alta. A cura foi reconhecida pela Congregação das Causas dos Santos, após a declaração da comissão médica que considerava a recuperação de Maria rápida, completa, duradoura e não-explicável à luz da ciência.
E o dia da beatificação chegou: 27 de abril de 2003. Padre Tiago Alberione é proclamado "bem-aventurado" num reconhecimento oficial da Igreja àquele homem que foi um santo, um profeta e o pioneiro na evangelização eletrônica.
Festa litúrgica do bem-aventurado Tiago Alberione
Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação
e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se encontram neste ambiente
virtual. Rezo, em sintonia com o Bem-aventurado Tiago Alberione, sacerdote e fundador da Família Paulina.
Tiago Alberione nasceu a 4 de Abril de 1884, em São Lourenço de Fossano (Itália). Quando ainda era jovem seminarista, na noite da passagem do século XIX para o século XX, durante uma longa Adoração Eucarística, viveu uma intensa experiência de Deus. Nela compreendeu claramente qual devia ser a sua missão: viver e dar ao mundo Jesus Cristo, Verdade, Caminho e Vida. Para esse fim, usar todos os meios mais rápidos e eficazes que o progresso humano oferece para a comunicação entre as pessoas. Para realizar esta missão, fundou a «Família Paulina», composta por cinco Congregações religiosas, quatro Institutos agregados e uma Associação de leigos. Terminou a sua existência terrena no dia 26 de Novembro de 1971, depois de ter recebido a visita do Papa Paulo VI.
Foi proclamado bem-aventurado no dia 27 de abril de 2003, pelo papa João Paulo II.
A Família Paulina é constituída de cinco congregações religiosas: Sociedade de São Paulo (fundação 20/8/1914), Filhas de São Paulo (fundação 15/6/1915), Discípulas do Divino Mestre (fundação 10/2/1924), Irmãs de Jesus Bom Pastor (7/10/1938), Irmãs de Maria Santíssima Rainha dos Apóstolos ou Apostolinas (8/9/1959) e quatro Institutos agregados (8/4/1960): "Jesus Sacerdote" (para sacerdotes diocesanos), "São Gabriel Arcanjo" (para jovens e homens), "Anunciatinas (para moças) e "Santa Família" (para cônjuges e famílias). E também, a Associação dos Cooperadores Paulinos.
"Tudo nos vem de Deus. Tudo nos leva ao Magnificat", dizia Alberione

Charles-Martial Allemand Lavigerie (Bem-Aventurado)
Charles Lavigerie, ou melhor, Charles-Martial Allemand Lavigerie, seu nome completo, nasceu em Bayone, França, em 31 de outubro de 1825. No seio de sua família e entre o povo humilde de sua origem, cresceu e desenvolveu seu forte caráter e personalidade: impetuoso, passional, intolerante com as "meias medidas" e os comprometimentos.
Ingressou no seminário menor aos quinze anos de idade, ocasião em que enfrentou a objeção da família, que não queria vê-lo na vida religiosa. Mas sua vontade prevaleceu. Logo foi concluir os estudos em Paris, onde recebeu a ordenação sacerdotal em 1849, aos vinte e quatro anos.
No início do seu apostolado, foi pároco de uma pequena cidade no campo, e depois chamado para ser professor da Universidade Sorbone. Sempre muito decidido e atuante nas causas do mais sofredores, em 1860 vamos encontrá-lo no Líbano. Foi ajudar a organizar a assistência aos cristãos, vítimas da opressão religiosa provocada pelos muçulmanos fundamentalistas.
Aos trinta e oito anos de idade, foi nomeado bispo de Nancy, França. Em 1863, aceitou ser nomeado arcebispo de Argel e, no ano seguinte, de Cartago. Amou o povo africano como poucos religiosos o fizeram. Sentia-se o bispo de todos os argelianos sem exceção, apesar de quase todos seguirem a religião muçulmana.
Um apaixonado por tudo o que dizia respeito ao continente africano, em 1868, com o intuito de "fazer tudo para todos" fundou a Sociedade dos Missionários da África, em Argel, África do Norte, um país muçulmano. Eles são chamados de os "Padres Brancos" por causa da cor do hábito que usam. Um ano depois, fundou uma Congregação feminina, as Missionárias de Nossa Senhora da África, elas também conhecidas como as "Irmãs Brancas", com a missão de dedicarem-se ao anúncio da Boa-Nova entre as mulheres africanas. O lema das duas congregações é: "Fazer tudo para todos". O ano de 1876 foi muito importante para os Padres Brancos, pois viajou ao interior do continente a primeira caravana composta de três companheiros missionários. Mas logo foram assassinados, no deserto do Saara. Assim, os Missionários da África sofreram o seu batismo de sangue, defendendo a fé em Cristo.
O êxito missionário ocorreu dois anos depois, quando um grupo de missionários chegou ao porto de Mombasa, no Quênia. A caravana seguiu para o lago Vitória, em Uganda, chegando depois de três meses de viagem pelas estradas. Foi o início da evangelização na região dos lagos da África central.
O papa Leão XIII nomeou-o cardeal primaz da África em 1882. Charles Lavigerie foi um grande colaborador da Igreja e do papa, aos quais dedicou toda a sua vida terrena. Lutou contra a escravidão imposta aos africanos, e de 1885 a 1886 ele próprio percorreu as cidades da Europa em defesa da dignidade humana.
Em 26 de novembro de 1892, morreu com sessenta e sete anos, em Argel, Argélia. Sua obra continuou, atingindo os nossos dias, graças ao trabalho das duas congregações missionárias que fundou. Charles Lavigerie foi um homem universal, moderno e ecumênico, sentia como se o mundo inteiro lhe tivesse sido confiado por Deus. Desse modo trabalhou e viveu como se tivesse sido nomeado pai de todos seus semelhantes.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Evangelho do Dia - Sexta-Feira 25.11.2011

Evangelho (Lucas 21,29-33)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
Jesus 21 29 acrescentou ainda esta comparação: "Olhai para a figueira e para as demais árvores.
30 Quando elas lançam os brotos, vós julgais que está perto o verão.
31 Assim também, quando virdes que vão sucedendo estas coisas, sabereis que está perto o Reino de Deus.
32 Em verdade vos declaro: não passará esta geração sem que tudo isto se cumpra.
33 Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 25 de Novembro

Santa Catarina de Alexandria
A vida e o martírio de Catarina de Alexandria estão de tal modo mesclados às tradições cristãs que ainda hoje fica difícil separar os acontecimentos reais do imaginário de seus devotos, espalhados pelo mundo todo. Muito venerada, o seu nome tornou-se uma escolha comum no batismo, e em sua honra muitas igrejas, capelas e localidades são dedicadas, no Oriente e no Ocidente. O Brasil homenageou-a com o estado de Santa Catarina, cuja população a festeja como sua celestial padroeira.
Alguns textos escritos entre os séculos VI e X , que se reportam aos acontecimentos do ano 305, tornaram pública a empolgante figura feminina de Catarina. Descrita como uma jovem de dezoito anos, cristã, de rara beleza, era filha do rei Costus, de Alexandria, onde vivia no Egito. Muito culta, dispunha de vastos conhecimentos teológicos e humanísticos. Com desenvoltura, modéstia e didática, discutia filosofia, política e religião com os grandes mestres, o que não era nada comum a uma mulher e jovem naquela época. E fazia isso em público, por isso era respeitada pelos súditos da Corte que seria sua por direito.
Entretanto esses eram tempos duros do imperador romano Maximino, terrível perseguidor e exterminador de cristãos. Segundo os relatos, a história do martírio da bela cristã teve início com a sua recusa ao trono de imperatriz. Maximino apaixonou-se por ela, e precisava tirá-la da liderança que exercia na expansão do cristianismo. Tentou, oferecendo-lhe poder e riqueza materiais. Estava disposto a divorciar-se para casar-se com ela, contanto que passasse a adorar os deuses egípcios.
Catarina recusou enfaticamente, ao mesmo tempo que tentou convertê-lo, desmistificando os deuses pagãos. Sem conseguir discutir com a moça, o imperador chamou os sábios do reino para auxiliá-lo. Eles tentaram defender suas seitas com saídas teóricas e filosóficas, mas acabaram convertidos por Catarina. Irado, Maximino condenou todos ao suplício e à morte. Exceto ela, para quem tinha preparado algo especial.
Mandou torturá-la com rodas equipadas com lâminas cortantes e ferros pontiagudos. Com os olhos elevados ao Senhor, rezou e fez o sinal da cruz. Então, ocorreu o prodígio: o aparelho desmontou. O imperador, transtornado, levou-a para fora da cidade e comandou pessoalmente a sua tortura, depois mandou decapitá-la. Ela morreu, mas outro milagre aconteceu. O corpo da mártir foi levado por anjos para o alto do monte Sinai. Isso aconteceu em 25 de novembro de 305.
Contam-se aos milhares as graças e os milagres acontecidos naquele local por intercessão de santa Catarina de Alexandria. Passados três séculos, Justiniano, imperador de Bizâncio, mandou construir o Mosteiro de Santa Catarina e a igreja onde estaria sua sepultura no monte Sinai. Mas somente no século VIII conseguiram localizar o seu túmulo, difundindo ainda mais o culto entre os fiéis do Oriente e do Ocidente, que a celebram no dia de sua morte.
Ela é padroeira da Congregação das Irmãs de Santa Catarina, dos estudantes, dos filósofos e dos moleiros - donos e trabalhadores de moinho. Santa Catarina de Alexandria integra a relação dos quatorze santos auxiliares da cristandade.

São Pedro de Alexandria
O século III talvez tenha sido o mais trágico palco em que se desenrolou o drama da perseguição e extermínio de cristãos. O vilão desse drama era o imperador romano, tirano, cruel e violento. Defender o cristianismo, naqueles tempos, era atrair para si a ira dos poderosos, no mínimo a prisão e o trabalho escravo, quando não o exílio e, quase sempre, a morte. E assim, como o Povo de Deus nunca temeu sacrificar-se em nome da fé em seu Redentor, foi um tempo em que floresceram milhares de mártires.
Figuras da maior relevância pela inteligência, cultura e santidade perderam a vida em defesa de sua fé cristã, combatendo a ignorância pagã, instrumento de domínio dos mandantes. Uma delas foi Pedro, patriarca de Alexandria, que foi consagrado no ano 300. Era admirado por todos de seu tempo, por seu vasto saber científico e filosófico e pelo profundo conhecimento das Sagradas Escrituras.
Sob sua responsabilidade estavam as igrejas do Egito, da Tebaida e da Líbia, todos territórios de muita perseguição ao seu rebanho. Mas quanto maior o perigo, mais firmeza demonstrava Pedro. Consolava os perseguidos, acolhia e protegia os que mais sofriam, dava exemplos diários de coragem e perseverança.
Porém o patriarca Pedro não enfrentou somente as feras do paganismo. Também teve de lutar contra as forças opositoras que surgiram dentro da própria Igreja cristã, corroendo-a internamente. Enfrentou tudo com tolerância e benevolência, mas com firmeza. Apenas exigiu que os bispos vivessem com o mesmo rigor a fé cristã e a mesma retidão de caráter e disciplina de vida que ele próprio se impunha, não almejando, apenas, posição e os bens materiais. Os bispos Melécio e Ário logo começaram um movimento radical contra ele, visando o seu afastamento e o seu posto episcopal. Pedro, então, convocou um Concílio e ambos foram afastados da Igreja. Aí começou a verdadeira guerra contra o patriarca.
Os dois bispos negaram-se a reconhecer o poder do Concílio, continuaram suas atividades episcopais e, em represália, passaram a pregar contra a Igreja. Isso causou um cisma na Igreja, isto é, uma divisão que durou cento e cinqüenta anos e que ficou conhecido como o "Cisma Meleciano". Então, denunciado por Ário, Pedro acabou preso e condenado à morte. Aliás, o imperador aproveitou-se da situação para eliminar aquela incômoda liderança e autoridade católica.
A antiga tradição diz que, na véspera da execução, Cristo apareceu-lhe numa visão, na forma de um menino que tinha a túnica rasgada de alto a baixo. Disse-lhe que o responsável por aquilo era Ário, que dividira sua Igreja ao meio. Assim, antes de morrer, ele viu sua doutrina confirmada. Foi decapitado em 25 de novembro de 311 por opor-se ao cisma de Melécio e pela fé em Cristo.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Evangelho do Dia - Quinta-Feira 24.11.2011

Evangelho (Lucas 21,20-28)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21 20 "Quando virdes que Jerusalém foi sitiada por exércitos, então sabereis que está próxima a sua ruína.
21 Os que então se acharem na Judéia fujam para os montes; os que estiverem dentro da cidade retirem-se; os que estiverem nos campos não entrem na cidade.
22 Porque estes serão dias de castigo, para que se cumpra tudo o que está escrito.
23 Ai das mulheres que, naqueles dias, estiverem grávidas ou amamentando, pois haverá grande angústia na terra e grande ira contra o povo.
24 Cairão ao fio de espada e serão levados cativos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos pagãos, até se completarem os tempos das nações pagãs.
25 Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas.
26 Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas.
27 Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade.
28 Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 24 de Novembro

Santo André Dung-Lac e companheiros
A evangelização do Vietnã começou no século XVI, através de missionários europeus de diversas ordens e congregações religiosas. São quatro séculos de perseguições sangrentas que levaram ao martírio milhares de cristãos massacrados nas montanhas, florestas e em regiões insalubres. Enfim, em todos os lugares onde buscaram refúgio. Foram bispos, sacerdotes e leigos de diversas idades e condições sociais, na maioria pais e mães de família e alguns deles catequistas, seminaristas ou militares.
Hoje, homenageamos um grupo de cento e dezessete mártires vietnamitas, beatificados no ano jubilar de 1900 pelo papa Leão XIII. A maioria viveu e pregou entre os anos 1830 e 1870. Dentre eles muito se destacou o padre dominicano André Dung-Lac, tomado como exemplo maior dessas sementes da Igreja Católica vietnamita.
Filho de pais muito pobres, que o confiaram desde pequeno à guarda de um catequista, ordenou-se sacerdote em 1823. Durante seu apostolado, foi cura e missionário em diversas partes do país. Também foi salvo da prisão diversas vezes, graças a resgates pagos pelos fiéis, mas nunca concordou com esse patrocínio.
Uma citação sua mostra claramente o que pensava destes resgates: "Aqueles que morrem pela fé sobem ao céu. Ao contrário, nós que nos escondemos continuamente gastamos dinheiro para fugir dos perseguidores. Seria melhor deixar-nos prender e morrer". Finalmente, foi decapitado em 24 de novembro de 1839, em Hanói, Vietnã.
Passada essa fase tenebrosa, veio um período de calma, que durou cerca de setenta anos. Os anos de paz permitiram à Igreja que se reorganizasse em numerosas dioceses que reuniam centenas de milhares de fiéis. Mas os martírios recomeçaram com a chegada do comunismo à região.
A partir de 1955, os chineses e os russos aniquilaram todas as instituições religiosas, dispersando os cristãos, prendendo, condenando e matando bispos, padres e fiéis, de maneira arrasadora. A única fuga possível era através de embarcações precárias, que sucumbiam nas águas que poderiam significar a liberdade, mas que levavam, invariavelmente, à morte.
Entretanto o evangelho de Cristo permaneceu no coração do povo vietnamita, pois quanto mais perseguido maior se tornou seu fervor cristão, sabendo que o resultado seria um elevadíssimo número de mártires. O papa João Paulo II, em 1988, inscreveu esses heróis de Cristo no livro dos santos da Igreja, para serem comemorados juntos e como companheiros de santo André Dung-Lac no dia de sua morte.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Evangelho do Dia - Quarta-Feira 23.11.2011

Evangelho (Lucas 21,12-19)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 21 12 "Mas, antes de tudo isso, vos lançarão as mãos e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, levando-vos à presença dos reis e dos governadores, por causa de mim.
13 Isto vos acontecerá para que vos sirva de testemunho.
14 Gravai bem no vosso espírito de não preparar vossa defesa,
15 porque eu vos darei uma palavra cheia de sabedoria, à qual não poderão resistir nem contradizer os vossos adversários.
16 Sereis entregues até por vossos pais, vossos irmãos, vossos parentes e vossos amigos, e matarão muitos de vós.
17 Sereis odiados por todos por causa do meu nome.
18 Entretanto, não se perderá um só cabelo da vossa cabeça.
19 É pela vossa constância que alcançareis a vossa salvação".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 23 de Novembro

São Clemente I
Clemente foi o quarto papa da Igreja de Roma, ainda no século I. Vivia em Roma e foi contemporâneo de são João Evangelista, são Filipe e são Paulo; de Filipe era um dos colaboradores e do último, um discípulo. Paulo até citou-o em seus escritos. A antiga tradição cristã apresenta-o como filho do senador Faustino, da família Flávia, parente do imperador Domiciano. Mas foi o próprio Clemente que registrou sua história ao assumir o comando da Igreja, sabendo do perigo que o cargo representava para sua vida. Pois era uma época de muitas perseguições aos seguidores de Cristo.
Governou a Igreja por longo período, de 88 a 97, quando levou avante a evangelização firmemente centrada nos princípios da doutrina. Enfrentou as divisões internas que ocorriam. Foi considerado o autor da célebre carta anônima enviada aos coríntios, que não seguiam as orientações de Roma e pretendiam desligar-se do comando único da Igreja. Através da carta, Clemente I animou-os a perseverarem na fé e na caridade ensinada por Cristo, e participarem da união com a Igreja.
Restabeleceu o uso do crisma, seguindo a tradição de são Pedro, e instituiu o uso da expressão "amém" nos ritos religiosos. Com sua atuação séria e exemplar, converteu até Domitila, irmã do imperador Domiciano, também seu parente, fato que ajudou muito para amenizar a sangrenta perseguição aos cristãos. Graças a Domitila, muitos deixaram de sofrer ou, pelo menos, tiveram nela uma fonte de conforto e solidariedade.
Clemente I expandiu muito o cristianismo, assustando e preocupando o então imperador Nerva, que o exilou na Criméia. A essa altura, assumiu, como papa, Evaristo. Enquanto nas terras do exílio, Clemente I encontrou mais milhares de cristãos condenados aos trabalhos forçados nas minas de pedra. Passou a encorajá-los a perseverarem na fé e converteu muitos outros pagãos.
A notícia chegou ao novo imperador Trajano, que, irritado, primeiro ordenou que ele prestasse sacrifício aos deuses. Depois, como recebeu a recusa, mandou jogá-lo no mar Negro com uma âncora amarrada no pescoço. Tudo aconteceu no dia 23 de novembro do ano 101, como consta do Martirológio Romano.
O corpo do santo papa Clemente I, no ano 869, foi levado para Roma pelos irmãos missionários Cirilo e Metódio, também venerados pela Igreja, e entregue ao papa Adriano II. Em seguida, numa comovente solenidade, foi conduzido para o definitivo sepultamento na igreja dedicada a ele. Na cidade de Collelungo, nas ruínas da propriedade de Faustino, seu pai, foi construída uma igreja dedicada a são Clemente I. A sua celebração ocorre no dia da sua morte.

Santa Felicidade e Sete Irmãos
Não há muitas informações sobre a vida anterior ao martírio de Felicidade e dos sete irmãos. Eles viveram nos tempos do imperador Antonino e foram presos e mortos todos juntos no ano 165, em Roma.
Há dúvidas, até, de se os sete jovens seriam realmente todos irmãos e ainda, em sendo irmãos, se a mulher presa e morta ao lado deles seria mesmo a mãe deles. Entretanto são os dados registrados nas "Atas" sobre este martírio coletivo.
Também este não teria sido o único caso de uma mãe que recebeu a pena capital juntamente com os filhos. Há, por exemplo, o caso dos "sete irmãos Macabeus", de que fala a Sagrada Escritura no capítulo sete do segundo livro dos Macabeus.
Além disso, quanto a esta mártir, consta que o próprio papa são Gregório Magno teria encontrado uma gravura mural que representava esta mãe, de nome Felicidade, rodeada por sete jovens, numa das catacumbas de Roma.
A tradição diz que Felicidade era uma rica viúva que foi acusada de ser cristã pelos sacerdotes pagãos ao imperador. Públio, prefeito de Roma, ficou encarregado do seu julgamento. Começou o interrogatório somente com ela, todavia não obteve resultado algum. No dia seguinte, mandou conduzir a mãe e os sete filhos para adorarem os deuses. Mas Felicidade exortou os filhos a que não fraquejassem na fé. O juiz, então, condenou mãe e filhos à morte.
Através das "Atas" podemos saber todos os seus nomes e a forma de martírio de cada um. Nela, eles estão citados como "os sete irmãos mártires": Januário, Félix, Filipe, Silvano, Alexandre, Vidal e Marcial.
Januário, após ser açoitado com varas e ter padecido no cárcere, foi morto com flagelos chumbados. Félix e Filipe foram espancados e mortos a cacetadas. Silvano foi jogado num precipício. Alexandre, Vidal e Marcial foram decapitados.
Apesar de saberem que sofreriam muito antes de morrer, todos mantiveram a firmeza na fé e não renegaram o Cristo. A última a morrer, por decapitação foi Felicidade, que sofreu muitas torturas até a execução no dia 23 de novembro. A tradição cristã reverência todos estes santos mártires na mesma data.

São Columbano
Catequizada por são Patrício no século V, a Irlanda deu à Europa medieval inúmeros monges missionários que espalharam e fizeram crescer a Igreja cristã. Da "ilha dos santos" para a Europa, eles vieram, austeros, retos e amorosamente motivados, dar origem à chamada "peregrinação pelo Senhor". Além de expandir muito as regiões de fé cristã, colaboraram para a renovação cultural do velho continente. Um de grande relevância foi o monge Columbano, nascido por volta do ano 540 na cidade de Leinster.
Esse irlandês era um nobre rico, culto e dotado de inteligência incomum. Ele próprio se iniciou no estudo das Sagradas Escrituras. Depois, estudou as ciências humanas e a teologia em um mosteiro da Irlanda do Norte, em Bangor, considerado o de regras mais rígidas de todo país. Teve como orientador espiritual o próprio abade, santo Comgall. Passou décadas e mais décadas de ilha em ilha, onde os mosteiros floresciam. Ele mesmo fundou um em Bangor, que se tornou célebre também, e onde, por uma década, foi professor dos noviços.
Contemporâneo dos mais destacados religiosos de sua época, estudou ao lado de muitos deles, alguns dos quais se tornaram santos. Aos cinqüenta anos, deixou seu país para atuar como missionário, acompanhado de outros doze monges. E passou para a história da Igreja por sua presença de visionário reformador e fundador de mosteiros, dono de uma singular personalidade que unia vigor e poesia, determinação férrea e descuidada improvisação. Mas também, e principalmente, pela rigidez das regras de disciplina imposta aos monges dos seus mosteiros.
Chegou, em 590, na Europa decadente daqueles tempos medievais, entrando pela França, onde fundou o primeiro mosteiro em Luxeuil, a seguir outros dois na região da Borgonha. Assim, atraiu centenas de seguidores, reavivando a fé cristã. Depois, foi a vez da Suíça, onde deixou o discípulo Gallo, agora santo, o qual fundaria, mais tarde, um célebre mosteiro que perpetua o seu nome.
Finalmente, chegou na Itália, onde a fama de sua sabedoria e santidade já era conhecida. Atuou como conselheiro do rei dos longobardos, mas indispos-se com ele por causa da sua oposição aos hereges arianos. Foi para as montanhas da Ligúria, entre Gênova e Pávia, onde ergueu a igreja e o Mosteiro de Bobbio, que tantos frutos daria ao catolicismo no futuro. Nele, o abade Columbano morreu no dia 23 de novembro de 615. E essa é a data da festa para a sua celebração.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Evangelho do Dia - Terça-Feira 22.11.2011

Evangelho (Lucas 21,5-11)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 21 5 algumas pessoas comentavam como lhes chamassem a atenção para a construção do templo feito de belas pedras e recamado de ricos donativos, Jesus disse:
6 "Dias virão em que destas coisas que vedes não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído".
7 Então o interrogaram: "Mestre, quando acontecerá isso? E que sinal haverá para saber-se que isso se vai cumprir?"
8 Jesus respondeu: "Vede que não sejais enganados. Muitos virão em meu nome, dizendo: ´Sou eu´; e ainda: ´O tempo está próximo´. Não sigais após eles.
9 Quando ouvirdes falar de guerras e de tumultos, não vos assusteis; porque é necessário que isso aconteça primeiro, mas não virá logo o fim".
10 Disse-lhes também: "Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino.
11 Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes, e aparecerão fenômenos espantosos no céu".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 22 de Novembro

Santa Cecília
Certa vez, o cardeal brasileiro dom Paulo Evaristo Arns assim definiu a arte musical: "A música, que eleva a palavra e o sentimento até a sua última expressão humana, interpreta o nosso coração e nos une ao Deus de toda beleza e bondade". Podemos dizer que, na verdade, com suas palavras ele nos traduziu a vida da mártir santa Cecília.
A sua vida foi música pura, cuja letra se tornou uma tradição cristã e cujos mistérios até hoje elevam os sentimentos de nossa alma a Deus. Era de família romana pagã, nobre, rica e influente. Estudiosa, adorava estudar música, principalmente a sacra, filosofia e o Evangelho. Desde a infância era muito religiosa e, por decisão própria, afastou-se dos prazeres da vida da Corte, para ser esposa de Cristo, pelo voto secreto de virgindade. Os pais, acreditando que ela mudaria de idéia, acertaram seu casamento com Valeriano, também da nobreza romana. Ao receber a triste notícia, Cecília rezou pedindo proteção do seu anjo da guarda, de Maria e de Deus, para não romper com o voto.
Após as núpcias, Cecília contou ao marido que era cristã e do seu compromisso de castidade. Disse, ainda, que para isso estava sob a guarda de um anjo. Valeriano ficou comovido com a sinceridade da esposa e prometeu também proteger sua pureza. Mas para isso queria ver tal anjo. Ela o aconselhou a visitar o papa Urbano, que, devido à perseguição, estava refugiado nas catacumbas. O jovem esposo foi acompanhado de seu irmão Tibúrcio, ficou sabendo que antes era preciso acreditar na Palavra. Os dois ouviram a longa pregação e, no final, converteram-se e foram batizados. Valeriano cumpriu a promessa. Depois, um dia, ao chegar em casa, viu Cecília rezando e, ao seu lado, o anjo da guarda.
Entretanto a denúncia de que Cecília era cristã e da conversão do marido e do cunhado chegou às autoridades romanas. Os três foram presos, ela em sua casa, os dois, quando ajudavam a sepultar os corpos dos mártires nas catacumbas. Julgados, recusaram-se a renegar a fé e foram decapitados. Primeiro, Valeriano e Turíbio, por último, Cecília.
O prefeito de Roma falou com ela em consideração às famílias ilustres a que pertenciam, e exigiu que abandonassem a religião, sob pena de morte. Como Cecília se negou, foi colocada no próprio balneário do seu palacete, para morrer asfixiada pelos vapores. Mas saiu ilesa. Então foi tentada a decapitação. O carrasco a golpeou três vezes e, mesmo assim, sua cabeça permaneceu ligada ao corpo. Mortalmente ferida, ficou no chão três dias, durante os quais animou os cristãos que foram vê-la a não renegarem a fé. Os soldados pagãos que presenciaram tudo se converteram.
O seu corpo foi enterrado nas catacumbas romanas. Mais tarde, devido às sucessivas invasões ocorridas em Roma, as relíquias de vários mártires sepultadas lá foram trasladadas para inúmeras igrejas. As suas, entretanto, permaneceram perdidas naquelas ruínas por muitos séculos. Mas no terreno do seu antigo palácio foi construída a igreja de Santa Cecília, onde era celebrada a sua memória no dia 22 de novembro já no século VI.
Entre os anos 817 e 824, o papa Pascoal I teve uma visão de santa Cecília e o seu caixão foi encontrado e aberto. E constatou-se, então, que seu corpo permanecera intacto. Depois, foi fechado e colocado numa urna de mármore sob o altar daquela igreja dedicada a ela. Outros séculos se passaram. Em 1559, o cardeal Sfondrati ordenou nova abertura do esquife e viu-se que o corpo permanecia da mesma forma.
A devoção à sua santidade avançou pelos séculos sempre acompanhada de incontáveis milagres. Santa Cecília é uma das mais veneradas pelos fiéis cristãos, do Ocidente e do Oriente, na sua tradicional festa do dia 22 de novembro. O seu nome vem citado no cânon da missa e desde o século XV é celebrada como padroeira da música e do canto sacro.

Tomás Reggio (Bem-Aventurado)
Descendente de nobres, Tomás nasceu na cidade de Gênova, na Itália, em 9 de janeiro de 1818. Aos vinte anos, decidiu dedicar-se à vida religiosa, deixando para trás o luxo e uma carreira brilhante. Escolha essa definitiva, pois, ao receber a ordenação sacerdotal, fez voto de pobreza.
Apesar da pouca idade, foi nomeado vice-reitor do seminário de Gênova, aos vinte e cinco anos, e logo depois assumiu a titularidade da reitoria. Sua dedicação na formação dos futuros sacerdotes era para que realmente eles estivessem dispostos a um compromisso pleno e total de suas vidas, sem receios, com Deus e com Igreja.
Em 1877, foi consagrado bispo de uma diocese genovesa muito pobre, chamada Ventimiglia, onde foi um pastor visionário e verdadeiro guia espiritual do seu rebanho. Convocou três sínodos em quinze anos, criou novas paróquias, renovou a liturgia e trabalhou para aumentar a atuação da assistência social aos pobres e doentes da diocese.
No primeiro ano de seu bispado, fundou a Congregação das Religiosas de Santa Marta, com o objetivo de acolher os mais pobres entre os pobres. Essas religiosas aprenderam com ele a adorar a Deus em silêncio, a alimentar-se da oração, a encontrar, de joelhos, as razões de uma fé que faz descobrir Cristo nos mais necessitados. Mais tarde, dom Tomás direcionou a Congregação das Religiosas de Santa Marta para servir como enfermeiras nos asilos, orfanatos e hospitais de misericórdia.
Apesar da idade avançada, quando um terremoto devastou a região dom Tomás agiu rapidamente. Pedindo ajuda financeira aos nobres locais, imediatamente construiu um orfanato e um hospital, que foram entregues aos cuidados de suas religiosas. Também conseguiu verba para reconstruir sua diocese, recuperando todas as igrejas e paróquias atingidas pela catástrofe.
O papa Leão XIII nomeou dom Tomás arcebispo de Gênova quando ele já contava com setenta e quatro anos de idade. Apesar das dificuldades, entrou em ação e criou a Pontifícia Faculdade Católica de Direito e a Escola Superior de Religião.
Foi ele também que celebrou em Roma o ritual religioso para o sepultamento do rei Humberto I, assassinado em Monza em 1900. No ano seguinte, aceitou o convite para a festa de inauguração da estátua do Redentor instalada no alto do monte de uma cidade de sua diocese. Quando viajava, como sempre na terceira classe de um trem, passou mal e não conseguiu chegar ao destino. Morreu, na cidade de Triora, em 22 de novembro de 1901.
O papa João Paulo II proclamou-o bem-aventurado no ano jubilar de 2000. As suas filhas, Religiosas de Santa Marta, hoje se encontram servindo em muitos países de todos os continentes, até no Brasil. Por isso a festa que celebra a sua lembrança, e que ocorre no dia de sua morte, é muito comemorada pelos fiéis.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Evangelho do Dia - Segunda-Feira 21.11.2011

Evangelho (Mateus 12,46-50)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!
12 46 Jesus falava ainda à multidão, quando veio sua mãe e seus irmãos e esperavam do lado de fora a ocasião de lhe falar.
47 Disse-lhe alguém: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar-te".
48 Jesus respondeu-lhe: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"
49 E, apontando com a mão para os seus discípulos, acrescentou: "Eis aqui minha mãe e meus irmãos.
50 Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Santos do Dia da Igreja Católica - 21 de Novembro

São Gelásio I
Nascido em Roma, Gelásio era de origem africana, culto, inteligente e dotado de personalidade forte. Cristão fervoroso, era conselheiro do papa Félix III, que vinha tentando conciliar as igrejas do Ocidente e do Oriente. Em 492, com a morte do papa, ele foi eleito sucessor para dar continuidade a essa política, o que não conseguiu por causa da oposição do imperador Anastácio I.
Papa Gelásio I muito fez para a manutenção da doutrina recebida dos apóstolos, combatendo e tentando eliminar as heresias dos sacerdotes Mane e Pelágio. Foi o primeiro pontífice a expressar a máxima autoridade do bispo de Roma sobre toda a Igreja. Deixou isso claro em uma carta escrita por ele a Anastácio I, na qual se faz uma nítida distinção entre poder político e poder religioso.
Também desenvolveu um grande trabalho de renovação litúrgica. Organizou e presidiu o sínodo de 494, no qual saiu aprovada a grande renovação litúrgica da Igreja. Assim, ele instituiu o Sacramentário Gelasiano, para uniformizar as funções e ritos das várias igrejas. Trata-se do decreto que, levando o seu nome, contém cerca de cinqüenta prefácios litúrgicos, uma coletânea de orações para recitar durante a missa. Atualmente, esse e os outros decretos que assinou fazem parte do acervo do Museu Britânico.
Papa Gelásio I viveu em oração e insistia que seus clérigos fizessem o mesmo. Segundo Dionísio, o Pequeno, ele procurou mais servir do que dominar e morreu pobre, depois de enriquecer os necessitados. Por sua caridade, foi chamado "papa dos pobres". Morreu em 21 de novembro de 496, em Roma.

domingo, 20 de novembro de 2011

Evangelho do Dia - Domingo 20.11.2011

Primeira Leitura (Ez 34,11-12.15-17)
Leitura da Profecia de Ezequiel
11Assim diz o Senhor Deus: “Vede! Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta delas. 12Como o pastor toma conta do rebanho, de dia, quando se encontra no meio das ovelhas dispersas, assim vou cuidar de minhas ovelhas e vou resgatá-las de todos os lugares em que foram dispersadas num dia de nuvens e escuridão. 15Eu mesmo vou apascentar as minhas ovelhas e fazê-las repousar – oráculo do Senhor Deus. 16Vou procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente, e vigiar a ovelha gorda e forte. Vou apascentá-las conforme o direito. 17Quanto a vós, minhas ovelhas – assim diz o Senhor Deus – eu farei justiça entre uma ovelha e outra, entre carneiros e bodes.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Segunda Leitura (1Cor 15,20-26.28)
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios
Irmãos: 20na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. 21Com efeito, por um homem veio a morte e é também por um homem que vem a ressurreição dos mortos. 22Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. 23Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. 24A seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força. 25Pois é preciso que ele reine até que todos os seus inimigos estejam debaixo de seus pés. 26O último inimigo a ser destruído é a morte. 28E, quando todas as coisas estiverem submetidas a ele, então o próprio Filho se submeterá àquele que lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos.
 Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Evangelho (Mt 25,31-46)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 31”Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. 32Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. 34Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! 35Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’. 37Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? 38Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? 39Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’ 40Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’ 41Depois o rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. 42Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; 43eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar’. 44E responderão também eles: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ 45Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’ 46Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

Santos do Dia da Igreja Católica - 20 de Novembro

São Félix de Valois
Nascido em Paris em 1127, Félix era um príncipe da casa real de Valois da França. Tinha à sua disposição todas as regalias da Corte, mas possuía alma caridosa e despojada de vaidades. Desde a infância demonstrou sua vocação para o sacerdócio, pela precoce preocupação e cuidado que dispensava aos pobres e necessitados.
Possuidor de grande fortuna pessoal, dava aos pobres tudo o que podia e com freqüência se privava, também, do próprio alimento para socorrê-los. Na juventude, tomou a decisão de seguir o chamado de Cristo. Completou os estudos, recebeu a ordenação sacerdotal e renunciou a todos os direitos dos títulos de nobreza e às riquezas terrenas. Escolheu ser um monge eremita, pois ansiava a vida solitária e humilde, dedicado somente à religião.
Contudo, não conseguiu ficar sozinho por muito tempo. Deus tinha outros planos para ele.
Foi procurado pelo amigo João da Mata, doutor e sacerdote, que queria seguir o seu modo de viver a espiritualidade. Félix, que lhe conhecia a cultura e inteligência, aceitou-o como companheiro e não como discípulo. Foram três anos de aprendizado recíproco, onde se uniram a santidade de Félix e a inteligência e praticidade de João da Mata.
Aqueles eram os tempos das incursões dos piratas que aterrorizavam o mar Mediterrâneo, assaltando navios e a Europa, atacando e invadindo as cidades portuárias. Eram turcos muçulmanos, que se consideravam verdadeiros inimigos do cristianismo, por isso matavam, saqueavam e também prendiam os cristãos sobreviventes para que servissem como escravos.
Certo dia, Félix e João estavam caçando nos bosques de Cerfroi, onde estavam retirados, quando tiveram a mesma visão divina. Nela, Deus os chamava para lutar pela libertação dos cristãos que sofriam como escravos nas mãos dos muçulmanos através da fundação de uma Ordem religiosa com tal finalidade. Sem temer o perigo que a missão acarretaria, Félix e João iniciaram a Obra imediatamente. Foram para Roma exclusivamente para narrar ao papa Inocêncio III a visão e pedir autorização para criar a Ordem.
O papa, que, segundo consta, também tivera aquela visão, reconheceu os dois como os sacerdotes indicados pela Providência Divina. Assim, aprovou e apoiou a criação da Ordem da Santíssima Trindade para a Libertação dos Cristãos, ou "Padres Trinitários". O primeiro convento foi erguido em Cerfroi, local da visão original. Enquanto João cuidava da organização da Ordem e de suas atividades apostólicas, Félix trabalhava na formação espiritual dos membros, cujo número crescia sempre mais, atraídos pela santidade de Félix.
A luta foi árdua e dura, mas em pouco tempo recuperaram a liberdade e a condição social de muitos cristãos escravizados. Os padres chegavam a entregar-se como escravos para realizar plenamente o trabalho de resgate. Desse modo, cumpria-se a profecia de outra visão de Félix: a de que os padres da Ordem passariam por vexames, perseguições e maus-tratos para obtenção da liberdade e dignidade de cada um dos cristãos então escravizados.
Morreu no ano 1212, na Casa-mãe da Ordem, o primeiro convento fundado por ele, em Cerfroi. Beatificado em 1666, teve seu culto confirmado para toda a Igreja no final do século XVII. A celebração da memória de são Félix de Valois ocorre no dia 20 de novembro, data que seria a da sua morte.

Santo Edmundo
Edmundo é um santo mais vivo na memória do povo da Inglaterra do que nos documentos históricos. Mesmo porque os registros trazem dados sobre o seu reinado e sua morte, enquanto sobre sua origem poucas são as informações. Sabemos apenas que Edmundo era cristão, filho do rei Alkmund, da Saxônia, que, posteriormente, teria sido adotado pelo rei das regiões da Inglaterra oriental, a Estanglia.
Aos quatorze anos de idade, tornou-se o último rei daquele território. Era um tempo duríssimo para toda a Inglaterra, agredida, constantemente, pelos sanguinários bárbaros dinamarqueses que invadiam a saqueavam seus vilarejos. Esses bárbaros eram comandados por três irmãos: Halfdene, Ivarr e Ubba. Em suas investidas, além de saquear os povoados, exigiam um resgate para não destruírem as vilas.
No ano de 869, os dinamarqueses irromperam uma grande invasão nos domínios do rei Edmundo. Para defender seu povo e o reino, ele reuniu seu pequeno exército e combateu os invasores, mais equipados e em maior número. Desse modo, ele acabou como prisioneiro de seus opositores.
Os dinamarqueses ofereceram ao rei Edmundo a possibilidade de manter sua vida e a coroa caso renegasse a fé e se proclamasse vassalo. O rei rejeitou a proposta por duas vezes. Dessa maneira, selou seu destino. Morreu traspassado pelas flechas dos bárbaros pagãos no dia 20 de novembro de 870. O desaparecimento do rei Edmundo levou ao fim o reino da Estanglia. Mas a Inglaterra se fortaleceu sob seu nome, e o jovem rei morto tornou-se uma bandeira.
Antes do final do século IX, as moedas cunhadas durante o seu reinado já eram chamadas "penny of Edmund". A sua veneração tornou-se o culto de maior devoção do povo inglês. Foi canonizado e proclamado padroeiro da Inglaterra, recebendo as homenagens dos devotos no dia de sua morte.
As relíquias mortais de santo Edmundo foram sepultadas em Beadoricesworth, que hoje se chama Bury St. Edmund, na região de Cambridge. Atualmente, existe uma congregação de sacerdotes ingleses chamados Padres de Santo Edmundo.